Após a briga e a troca de acusações entre as vereadoras Janaína Lima e Cris Monteiro na Câmara Municipal de São Paulo, o partido Novo decidiu suspender liminarmente a filiação das duas. A informação foi confirmada ao iG pelo presidente nacional da legenda, Eduardo Ribeiro.
"O partido não corrobora nenhum ato de violência", frisa a sigla em nota oficial encaminhada ao portal por Ribeiro. "Outras providências poderão ser adotadas após o esclarecimento dos fatos, dentro das instâncias partidárias adequadas", acrescenta.
A confusão entre as vereadoras ocorreu na noite desta quarta-feira (10), no banheiro da Câmara. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Cris Monteiro registrou um boletim de ocorrência contra a colega e realizou um exame de corpo de delito. No Instagram, ela divulgou fotos em que aparece com marcas roxas no pescoço
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"Fui agarrada, jogada no chão e segurada pelo pescoço. Tive minha peruca arrancada e pisoteada. Quando cai no chão do banheiro da Câmara o barulho foi tão ensurdecedor que a GCM teve que arrombar a porta e me resgatar aos prantos do chão! Enquanto isso, quem me agrediu discursava no plenário como se absolutamente nada tivesse acontecido. Sofri violência física de outra mandatária do Novo, quem eu achava que estava do meu lado, mas durante uma discussão é que vemos o pior do ser humano", relatou Cris na rede social. A edil usa peruca porque sofre com alopécia, distúrbio dermatológico representado pela perda de cabelo.
Segundo ela, a briga aconteceu porque Janaína, então líder do Novo na Câmara, não lhe assegurou tempo de fala na discussão sobre a reforma da Previdência
. Já Janaína aponta que foi confrontada por Cris no plenário.
A líder da legenda disse que agiu apenas em legítima defesa. Ela compartilhou um vídeo feito pelas câmeras da Casa, em que é possível ver Cris no encalço dela enquanto as duas descem uma pequena escada e seguem para um ambiente onde as imagens não foram captadas. Posteriormente, um segundo vídeo mostra o momento em que Cris empurra Janaína em direção ao banheiro.
“Fui pressionada fisicamente contra a parede e agredida pela vereadora Cris Monteiro. Como se já não bastasse, hoje me deparo com a construção de uma narrativa completamente inverídica sobre o ocorrido. Fui forçada a entrar no toalete onde as agressões se intensificaram e debaixo dessas me defendi com vistas a cessá-las. São falsas as alegações de estrangulamento e as marcas exibidas no pescoço pela agressora foram fabricadas a posteriori”, justifica Janaína, que também divulgou arranhões e roxos provenientes das agressões.
A vereadora anunciou ainda que vai requerer à Câmara a oitiva de uma testemunha que afirma ter presenciado os fatos no banheiro, além de pedir a instauração de um processo administrativo contra Cris.