Cid Gomes (PDT) afirma que o partido só aguarda a permissão legislativa para formalizar a saída dos deputados que votaram a favor da PEC
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Cid Gomes (PDT) afirma que o partido só aguarda a permissão legislativa para formalizar a saída dos deputados que votaram a favor da PEC

O senador Cid Gomes (PDT-CE) disse nesta quarta-feira (10) em entrevista ao UOL que os cinco deputados pedetistas que votaram pela aprovação em segundo turno da PEC dos Precatórios não irão mais fazer parte do partido.

Se contrapondo à orientação da legenda de rejeição à proposta, Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO) e Subtenente Gonzaga (MG) votaram a favor do texto, que teve sua aprovação em segundo turno na Câmara na noite de ontem.

Em entrevista ao UOL, ele afirmou que esses deputados irão se retirar do partido assim que a legislação permitir. "Sinceramente, acho que não vale a pena você abrir um processo, judicializar. Só vale a pena se você abrir um processo e expulsar, se for para o suplente assumir. Se expulsar e ele continuar como deputado, a meu juízo não vale o esforço", disse Cid.

O senador citou nominalmente Flávio Nogueira, dizendo que o deputado só está à espera da abertura da janela partidária, em março do ano que vem, para sair do PDT.

A aprovação da PEC dos Precatórios se deu em segundo turno, com 323 votos a favor e 172 contra, com uma abstenção. Na votação do primeiro turno na última quarta-feira (4), a proposta passou com 312 votos a favor, apenas quatro do mínimo necessário. O PDT recebeu muitas críticas pelos seus 15 deputados que votaram pela aprovação do texto.

Segundo o Senador, o partido apoiou a proposta no primeiro turno como política de redução de danos. "É o que o PDT tem procurado fazer. Não somos contra tudo porque veio do governo. Alguma coisa do governo aprovamos, negociamos no sentido de atenuar danos. Foi essa nossa posição, da bancada. Tudo partiu de uma premissa de que seria aprovada de qualquer jeito", disse Cid ao UOL.

Cid Gomes não arriscou apostar se a PEC dos Precatórios será aprovada pelo Senado. Para ele, a proposta será fatiada para que a Casa discuta ponto a ponto.

"O que a Câmara fez foi incluir no mesmo texto uma série de assunto. Não tenho condão, a bola de cristal de adivinhar o que o Senado vai fazer, mas já estou lá há quase 3 anos e dá para perceber mais ou menos o estilo de trabalhar. Imagino que os assuntos serão separados", disse.

O senador ainda teceu críticas ao fato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ligar a necessidade de aprovação da PEC dos Precatórios à criação do Auxílio Brasil. O texto do projeto dá a permissão para o governo furar o teto de gasto do orçamento de 2022 em R$ 91,6 bilhões.

"Não vamos dar um cheque para que o governo Bolsonaro faça no ano da eleição um programa. Pelo que conheço do Senado, isso não tem a menor possibilidade de ser aprovada... Vamos discutir isso com profundidade e com um programa permanente. Não vamos aceitar que se faça, no ano eleitoral, um programa demagógico que já tem data para terminar, 31 de dezembro de 2022. Isso é uma irresponsabilidade, inconsequência, e tenho certeza que o Senado não cometerá", finalizou.

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