Dallagnol pede exoneração do MPF; carreira política não é descartada

Procurador anunciou novidade em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom
Deltan Dallagnol foi chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato no MPF


O procurador da República Deltan Dallagnol, famoso por ter coordenado a força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), pediu exoneração do órgão. Ele anunciou a novidade com um vídeo de dois minutos publicado nas redes sociais, na tarde desta quinta-feira (4).



No vídeo, Dallagnol comenta o que chama de "desmonte do combate à corrupção" após a  Operação Lava Jato e fala sobre seu desejo de "fazer mais". “Quando ela [a Lava Jato] estava nas ruas, nós alcançamos juntos, com o seu apoio, algo inédito no Brasil:  bilhões foram recuperados e por um momento, por um momento, aqueles que nos roubam há décadas foram punidos pelos seus crimes. (...) Contudo, os nossos instrumentos de trabalho pra alcançar justiça vem sendo enfraquecidos, destruídos e nós temos sido impedidos até mesmo de comunicar a sociedade, envolver a sociedade nesse debate por meio da opinião e da crítica. Por isso, eu creio que agora eu posso fazer mais pelo país fora do Ministério Público, lutando com mais liberdade pelas causas em que eu acredito”, disse o procurador.



Dallagnol não revelou qual seu plano futuro e se limitou a dizer que definirá como vai contribuir para o país após deixar o MPF. Por ora, ele preferiu convidar seus apoiadores a segui-lo nas redes sociais para continuarem recebendo informações sobre como fazer a sonhada transformação para o Brasil. No entanto, de acordo com o UOL, o procurador disse a colegas que seu plano inicial é advogar e não descartou a possibilidade de seguir carreira política.

Essa foi a escolha de Sergio Moro, juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba e responsável pelos processos da Lava Jato. Ele deixou a magistratura para ser ministro da Justiça e Segurança do governo Jair Bolsonaro, mas os dois romperam quando o então ministro  acusou o presidente da República de tentar interferir na Polícia Federal (PF) e agora Moro está com a  data de filiação marcada no partido Podemos.