Procuradora diz a Dallagnol que Lava Jato "ajudou a eleger Bolsonaro"
Defesa do ex-presidente Lula entrega diálogos entre procuradores, obtidos pela Operação Spoofing, ao Supremo Tribunal Federal (STF)
Diálogos
apresentados pela defesa
do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva ( PT
) ao Supremo Tribunal Federal ( STF
) nesta segunda-feira (29) mostra que os procuradores
da Operação Lava Jato
visavam se desvincular
de Jair Bolsonaro (sem partido) para que a credibilidade
da operação retornasse. As informações são da jornalista Mônica Bergamo
.
Em 28 de março de 2019, a procuradora Jerusa Viecili
disse a Deltan Dallagnol
: "Precisamos nos desvincular do Bozo [Jair Bolsonaro], só assim os jornalistas
vão novamente ver a credibilidade e apoiar
a LJ [Lava Jato]". A grafia foi mantida de acordo com a versão original
.
Em outro momento, Jerusa completou: "Temos que entender
que a FT [força-tarefa] ajudou a eleger
Bozo, e que, se ele atropelar a democracia
, a LJ [Lava Jato] será lembrada como apoiadora
. eu, pessoalmente, me preocupo muito com isso (vc sabe)"
Segundo a procuradora, os integrantes
da Operação Lava Jato haviam perdido oportunidades
de desvincular as suas imagens
a Jair Bolsonaro. Uma dessas chances foi mencionada
. Jerusa argumenta que no "caso Fávio", as cobranças
teriam sido mais fortes "fosse qualquer outro
político", numa referência a Flávio
Bolsonaro, filho do presidente da República.
Deltan concorda
e se diz favorável a ideia da força-tarefa 'se posicionar
'. "Concordo Je. E se fizermos artigos
de opinião? Acho que não da pra bater, mas da pra firmar posição
numa abordagem mais ampla", finaliza Dallagnol.