Tarcísio de Freitas e Tereza Cristina
Agência O Globo
Tarcísio de Freitas e Tereza Cristina

Em reação às negociações do presidente Jair Bolsonaro com PP e PL, outro partido do Centrão, o Republicanos, abriu suas portas a quatro ministros do governo que devem disputar as eleições de 2022. O presidente da legenda, deputado Marcos Pereira, informou o chefe do Executivo sobre os convites numa reunião realizada ontem no Palácio do Planalto. O objetivo da legenda é ampliar suas bancadas na Câmara e no Senado, plano que pode ser facilitado com o ingresso de nomes competitivos ligados a Bolsonaro. O presidente, porém, deve concorrer à reeleição pelo PP ou PL.

A aliados, Pereira afirmou ter procurado os ministros da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (sem partido); da Agricultura, Tereza Cristina (DEM); do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (sem partido); e das Comunicações, Fábio Faria (PSD). Ainda de acordo com informações do mandatário do Republicanos a interlocutores, todos responderam que aguardam a decisão do presidente para se filiarem à mesma sigla que ele escolher.

O GLOBO apurou que a proposta de Pereira a Bolsonaro é que o presidente divida a filiação do seu grupo político entre as partidos que têm dado sustentação ao governo no Congresso: PP, PL e Republicanos. Assim, os filhos de Bolsonaro que têm mandato, ministros e deputados bolsonaristas se dividiram entre essas siglas — hoje no Patriota, o senador Flávio Bolsonaro (RJ) já esteve no Republicanos, legenda onde permanece o vereador do Rio Carlos Bolsonaro.

Com menos deputados e senadores do que PP e PL, o partido comandado por Marcos Pereira busca se fortalecer e, com isso, conquistar mais espaço em uma futura aliança em torno da candidatura à reeleição de Bolsonaro. Segundo interlocutores do Planalto, o presidente respondeu a Pereira que estaria diante de um “novo problema”, já que a tática inicial seria filiar todo o grupo a um único partido.

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Medo de ser ‘trocado’

Cortejado por PP e PL, Bolsonaro tem dado sinais trocados às duas legendas e vem adiando a decisão até encontrar a configuração nos estados que mais lhe agrada — a liados, ele disse que a decisão será tomada em novembro. Segundo pessoas próximas, o presidente teme que o partido preterido deixe de apoiá-lo e migre para o campo do seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). PP e PL já apoiaram o petista no passado.

Na avaliação de líderes de PP, PL e Republicanos, a legenda que filiar Bolsonaro elegerá uma bancada de cerca de 70 deputados. Mesmo se o presidente não for eleito, o partido dele, se as projeções se confirmarem, terá um fundo eleitoral e tempo de televisão robustos.

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