O presidente Jair Bolsonaro aproveitou uma visita a um centro de acolhida de venezuelanos em Roraima para reciclar o discurso de medo de que o Brasil poderá chegar a uma crise econômica similar ao do país vizinho em caso de vitória da esquerda nas eleições. Durante cerca de 30 miinutos, transmitidos em suas redes sociais, Bolsonaro filmou famílias e crianças venezuelanas que, na maioria das vezes, pediam ajuda ao presidente com o processo de permanência no país.
O presidente, entretanto, na maior parte do tempo, fez discursos com teor político, culpando o PT e governos anteriores. Em diversos momentos, o governo disse que o brasileiro não poderia deixar que o que aconteceu na Venezuela se repita no Brasil e que deve aprender com o erro da Venezuela. Em outro momento, Bolsonaro citou a possibilidade de que a situação de calamidade se repita no sul do país, em referência à crise da Argentina.
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— A gente tem que procurar aprender com o erro dos outros. Vocês estão vendo o que está acontencendo. A gente não quer que nossos filhos fujam do nosso país. Não tem o que comer na Venezuela — afirmou.
Segundo Bolsonaro, em uma crítica ao socialismo e a governos anteriores, ele não estava fazendo campanha, mas "mostrando a realidade".
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— O que a gente quer mostrar aqui: a gente não quer isso para o nosso país. Muitos têm um foco apenas numa área, mas nós temos que ver que o bem maior nosso é a nossa liberdade. As escolhas erradas levam a isso. Quem tem um poquinho de mais idade e acompanha, você vê como o presidente brasileiro do passado ia na Venezuela fazer campanha para o Chavez e pro Maduro — disse.
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Durante a transmissão, Bolsonaro pediu que um de seus auxiliares filmassem um bebê venezuelano que estava deitado em um dos quartos reservados aos imigrantes em Roraima, onde funciona a Operação Acolhida. A mãe da criança tinha 16 anos e disse que tinha deixado a Venezuela por falta de comida e disse que ainda não possuía os documentos necessários no Brasil.
Em uma dos quartos visitados, um venezuelano pediu que Bolsonaro o ajudasse com algum emprego. O presidente respondeu que o trabalho de adaptação está sendo feito.
— Atraves do socialismo, foro de São Paulo, governos de esquerda no passado que ajudaram a chegar lá isso que está na Venezuela que nós nos preocupamos que não aconteça no Brasil — disse Bolsonaro, que completou: — Mas eles vem para cá atrás de comida. A média que eles perderam de peso é 10 kg. Aqui no Brasil, conseguem. Aqui tem comida todo dia?
O imigrante entretanto, responde que o governo fornece comida no centro de acolhida, mas que ele busca trabalho para que possa ajudar seus familiares que permaneceram na Venezuela.