O empresário e advogado Marcos Tolentino é esperado para prestar depoimento à CPI da Covid, no Senado , nesta terça-feira. Ele é apontado como sócio oculto do FIB Bank, que concedeu a garantia apresentada pela Precisa Medicamentos ao Ministério da Saúde no contrato de fornecimento de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, na mira da comissão. A oitiva foi remarcada após ele ter faltado na primeira data alegando problemas de saúde.
Em sua fala inicial na sessão, o depoente afirmou conhecer Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos — empresa que intermediou a negociação com o Ministério da Saúde para a compra da Covaxin. O empresário, porém, negou que tenha representado a empresa. Veja:
A cúpula da CPI da Covid também exibiu um vídeo que aponta Tolentino como representante do "FIB Bank". Ele é citado em ações judiciais como "sócio oculto" da empresa.
Tolentino, quando questionado pelo senador Renan Calheiros se ele havia assessorado o certificado digital do FIB Bank - investigado pela comissão parlamentar de inquérito - relatou não se lembrar deste episódio. Marcos foi acusado pelo presidente da empresa, Roberto Ramos Junior.
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Caso Toletino não compareça ao depoimento, a CPI conseguiu uma autorização na Justiça para pedir a condução coercitiva do advogado.
O Fib Bank não tem autorização do Banco Central para oferecer esse tipo de fiança que concedeu à Precisa — o que viola decisões do Tribunal de Contas da União (TCU).
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Embora não seja formalmente sócio do FIB Bank, Tolentino é citado em ações judiciais como "sócio oculto" da empresa, como antecipou a "Folha", e também consta como procurador e representante legal de uma empresa sócia do FIB Bank, a Pico do Juazeiro. Essa firma é registrada no mesmo endereço da Rede Brasil de Televisão, principal empresa de Tolentino.
O advogado é amigo próximo do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), que também é alvo da CPI, segundo disse o próprio Barros em seu depoimento. O deputado, porém, negou ao GLOBO ter conhecimento do envolvimento de Tolentino com a fiadora da Covaxin.
No início deste mês, o empresário apresentou atestado médico para não comparecer ao seu depoimento na comissão, alegando “formigamento” no corpo. A justificativa foi questionada por senadores da oposição, após o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) exibir um vídeo de uma entrevista concedida por Tolentino, no dia da internação, em que ele aparecia em bom estado de saúde.