Sérgio Camargo
Reprodução/redes sociais
Sérgio Camargo

Além das acusações de assédio moral, perseguição ideológica e discriminação movidas contra o presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, e por 16 servidores e ex-funcionários da autarquia, a  ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitando à Justiça o seu afastamento também traz relatos que o gestor passa mais tempo nas redes sociais do que trabalhando.

Em diferentes pontos das 135 páginas da ação, há relatos de que Camargo utiliza o tempo de seu expediente postando e vasculhando redes alheias para comprovar que funcionários são "esquerdistas", em detrimento de suas obrigações à frente do órgão.

Em um dos trechos, é relatado que, às segundas, Camargo "convocava a chamada 'reunião de mudança', mas ficava no celular olhando Whatsapp e tuitando, enquanto os diretores faziam a reunião". Em outro ponto há a acusação de que o presidente "monitorava as redes dos funcionários, atrás de esquerdistas; que Sergio Camargo acredita que isso era uma função que o Olavo de Carvalho teria lhe passado".

O documento aponta ainda que "não se conseguiu fazer nada na Palmares por conta da obsessão de Camargo em caçar 'esquerdistas", incluindo a mudança da Fundação para um prédio público, usado antes como depósito da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Os relatos do processo são anteriores à mudança da sede, concluída em dezembro de 2020.

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O texto destaca "que era pra ter sido feito edital de mudança do prédio Toufic para o prédio da EBC, que não foi feito; que era pra ter sido feito edital de contratação de terceirizados em substituição à empresa que encerraria o contrato em 09.12.2019, e não foi feito; que era pra ter sido feito edital de compras de hacks para colocar internet no prédio da EBC e também não foi feito; que também não foram feitos editais para segurança e limpeza; que o senhor SERGIO gasta mais tempo na frente do Twitter, postando, ou do Facebook, caçando funcionários 'esquerdistas', do que trabalhando; que é só olhar a agenda dele que a pessoa constata que não há nenhum compromisso de Presidente da Fundação, pois ele não lida com organizações do movimento negro".

Camargo transformou o Twitter em sua principal plataforma de promoção pessoal e de ataques a personalidades, instituições e, sobretudo, ao movimento negro. O jornalista ingressou no microblog em janeiro do ano passado, apenas três meses depois de assumir o cargo na Fundação Palmares.

De lá para cá, o jornalista fez 10,6 mil tweets e acumulou quase 290 mil seguidores. Em média, ele faz mais de 17 posts por dia . Na última semana foram 149 posts no Twitter. Em dias mais agitados, como esta segunda-feira (30), após uma reportagem sobre as denúncias de assédio ter sido exibida no "Fantástico", o presidente da Fundação Palmares escreveu 33 tweets até as 17h.

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