O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - que afirmou precisar de férias - criticou nesta quinta-feira (26) o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), por ter rejeitado o pedido de impeachment apresentado por ele contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro comparou o caso com outra decisão de Pacheco, de abrir a CPI a Covid. Entretanto, a instalação da comissão atendeu a uma determinação judicial, do ministro Luís Roberto Barroso, também do STF. Já a análise do pedido de impeachment é uma decisão do presidente do Senado.
"O presidente do Senado, o senhor Pacheco, ele atendeu e acolheu uma decisão da sua advocacia, advocacia lá do Senado. Agora, quando chegou uma ordem do ministro Barroso para abrir uma ordem da CPI da Covid, ele mandou abrir e ponto final. Ele agiu de maneira diferente de como agiu no passado", disse Bolsonaro, em entrevista à Radio Jornal, de Pernambuco.
O presidente manteve os ataques a Moraes, dizendo que ele "ignora a Constituição", e voltou a criticar as prisões do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), do ex-deputado Roberto Jefferson e do blogueiro Oswaldo Eustáquio, todas determinadas pelo ministro.
Bolsonaro disse lamentar a decisão do Pacheco e afirmou que continuará sua atuação:
"Lamento a posição do senhor Rodrigo Pacheco no dia de ontem, mas nós continuaremos aqui no limite, dentro das quatro linhas (da Constituição), (para) buscar garantir a liberdade do nosso povo.
Pacheco seguiu parecer da Advocacia-Geral da Casa, que entendeu não haver motivos para iniciar o processo por ausência de "justa causa". À imprensa, o presidente do Senado afirmou que, além do lado técnico e jurídico, "há também um lado político, de uma oportunidade dada para que possamos restabelecer as boas relações entre os Poderes".