O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), declarou na última terça-feira (25) que o momento é de ‘colocar água na fervura’ e que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) precisa parar de questionar a legitimidade das urnas eletrônicas.
O parlamentar respondeu como está vendo os ataques do presidente Bolsonaro contra as instituições pelo jornalista Roberto D´Ávila na GloboNews.
"O Legislativo precisava ter se colocado de maneira mais rápida, o Judiciário precisa demonstrar boa vontade e claramente mostrar que as urnas são confiáveis, alargando os sistemas de transparência e o presidente, definitivamente, precisa deixar de questionar essa legitimidade. É importante que todos se sentem à mesa", respondeu Lira.
Bolsonaro tem constantemente questionado a lisura das eleições e colocado em dúvida a credibilidade das urnas eletrônicas, mesmo depois que a Câmara rejeitou a proposta de implementar o voto impresso.
Lira disse acreditar que esses “desencontros” vão se ajustar com diálogo e ressaltou que o país perde com essa situação, inclusive economicamente. O parlamentar citou a alta nos juros futuros e a volatilidade do dólar.
Você viu?
"Acho que nós vamos chegar rapidamente num bom termo e ajustarmos esses desencontros que não fazem bem ao país, se gasta muita energia com assuntos que deveriam ser tratados de outra maneira", disse o deputado.
Questionou sobre uma possível ruptura institucional, o presidente da Câmara afastou a ideia e perguntado sobre os militares, disse que eles são conscientes de que são protetores da nação e não de um projeto.
"A diferença entre a versão que tá na rua e o que a gente vive de realidade é o que nos permite dizer que não teremos nenhum tipo de ruptura democrática. Os militares são conscientes que são protetores da nação e não de qualquer projeto. Temos que ter calma, paciência, autocontenção."
O deputado também foi perguntado se a luz ainda está amarela, em uma referência a um discurso que Lira fez em março quando demonstrou insatisfação com a forma em que o governo estava lidando com a crise causada pela pandemia.
"O sinal está amarelo e está amarelo pra muita gente e nesse aspecto a gente tem se esforçado para conversar e não ultrapassar nosso limite, enquanto legislativo nós temos nossos limites, mas como dirigentes de poder temos que ter serenidade de estar sempre conversando. Quando errar, quando acertar, quando sugerir, sempre com parcimônia, Não há de se perder a calma nesse momento", ressaltou.