O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta terça-feira que o Exército deverá permanecer no combate ao desmatamento na Amazônia por mais 45 dias além do previsto. Segundo Mourão, foi acordado com o Ministério da Defesa a extensão do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que garante a atuação dos soldados na região.
Mourão comandou a reunião do Conselho da Amazônia. Apesar de ter sido convidado, o presidente Jair Bolsonaro não compareceu. Estavam presentes os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, e da Secretaria de Assuntos Estratégicas, Flávio Rocha.
O Ministro do Meio Ambiente enviou um representante. Antes da saída do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, Mourão reclamou que o ministério responsável pela área sequer enviara um representante. Essa foi a primeira reunião desde que o novo ministro, Joaquim Leite, assumiu o cargo.
Mourão afirmou que houve sobra de recursos da GLO em vigor, que vai até o final deste mês, o que permitirá a continuidade da operação. De acordo com o vice-presidente, a expectativa é de que ocorra uma redução de 4 a 5% no desmatamento neste ano, abaixo da meta de 10% que o próprio Mourão tinha estipulado no início da operação.
"A GLO vai ser estendida, conversei com o Ministro da Defesa, do recurso inicialmente solicitado, como demorou para chegar, sobrou recurso então temos condição de estender por mais 45 dias, que é o período crítico que nós vamos enfrentar na questão de queimadas", afirmou.
Você viu?
Mourão afirmou ainda que aguarda a contratação de novos funcionários para o Ibama e o ICMBio via concurso, já confirmado pelo governo federal. O vice-presidente afirmou entretanto que essas contratações não acontecerão “da noite para o dia”. Mourão entretanto defendeu uma atuação sinérgica de diversos órgãos do governo federal.
"Hoje a solução é o emprego das Forças Armadas, elas continuam no terreno", afirmou.
Mourão ainda revelou qual deve ser o itinerário da viagem que será feita com embaixadores para a região da Amazônia. Segundo ele, o plano é levar os representantes estrangeiros para a Amazônia Oriental, área com maior concentração de problemas desmatamento.
"Vamos mostrar um projeto de mineração correta e uma área em que não está correta. Vão visitar áreas de madeireira na região de Santarém e vão ver madeireiras que estão ok e as que não estão ok, para ter condição de avaliar efetivamente olhando no terreno o que acontece e o que deixa de acontecer", disse Mourão.