O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta terça-feira (13) dois processos por quebra de decoro parlamentar. Os alvos, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) e o deputado Luis Miranda (DEM-DF) , estão implicados na tentativa de compra da vacina indiana Covaxin.
Em depoimento à CPI da Covid , Miranda afirmou que Barros é o deputado ao qual Bolsonaro teria se referido ao tomar conhecimento das suspeitas de corrupção no contrato de compra da vacina indiana Covaxin . O líder do governo negou envolvimento no caso.
O pedido contra Barros é assinado por deputados do PSOL, Rede e PDT. “Ao Conselho de Ética e Decoro da Câmara dos Deputados cabe, em virtude dos fatos documentados, juntados nesta representação, que evidenciam a prática de ato incompatível com o decoro parlamentar, preservar a dignidade dos mandatos eletivos”, diz o documento.
A representação contra Miranda foi protocolada pelo PDT, partido da base aliada de Bolsonaro. No documento, a sigla afirma que o parlamentar "aliou-se a pessoas e utilizou-se situação de perigo circunstanciada pela pandemia mundial da COVID-19, a fim de criar uma narrativa com o objetivo de prejudicar o presidente da República".
O partido entende que, de acordo com a cronologia dos fatos apresentados, "houve má fé " na apresentação da primeira invoice (recibo) apresentado por Miranda em depoimento à CPI. Ainda de acordo com a representação, “causa estranheza” o parlamentar apresentar a versão ao Senado 'três meses depois dos fatos'.