Calheiros alega "coação" do Planalto na CPI e diz que pode prender secretário

Presidente Jair Bolsonaro mandou a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União a investigarem servidor que diz o ter alertado sobre problemas com contrato da Covaxin

Foto: Divulgação/Agência Senado/Jefferson Rudy
Renan Calheiros (MDB-AL): ‘Não aceitamos coação do secretário da Presidência'

Após o anúncio do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, que o governo pedirá para a Polícia Federal (PF) e para a Controladoria-Geral da União (CGU) investigarem o servidor do Ministério da Saúde que denunciou suspostas irregularidades envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin , o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou em entrevista à GloboNews que a comissão "não aceitará ser coagida" por Lorenzoni e afirmou que pode pedir a prisão do secretário.

"São fatos gravíssimos que precisam ser investigados. Essa declaração do secretário-geral da Presidência da República é criminosa, interfere na investigação e coage a testemunha. Nós vamos convocá-lo como consequência de tudo isso. Se ele continuar a coagir a testemunha, nós vamos requisitar a prisão dele, para que essa gente entenda que é preciso respeitar a instituição da CPI. Isso não pode ficar impune, alguém tem que ser responsabilizado", declarou Calheiros.


O senador classificou como "um horror" a fala de Onyx Lorenzoni na tarde desta quarta-feira, e afirmou que o Planalto quer intervir na investigação em curso através da coação do servidor da Saúde Luis Ricardo Fernandes. Calheiros ainda afirmou que a primeira punição ao secretário-geral será a convocação para depor na CPI.