"Página virada, segue o baile", diz Mourão sobre impunidade de Pazuello
Vice-presidente afirmou que não pode comentar assunto por 'disciplina intelectual'
O vice-presidente Hamilton Mourçaõ Mourçao afirmou nesta segunda-feira que a decisão do Comando do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello por participar de um ato ao lado do presidente Jair Bolsonaro é "página virada".
Mourão, que antes havia falado no risco de "anarquia" nas Forças Armadas caso a regra que impede participação de militares da ativa em atos políticos fosse desrespeitada , disse que não pode comentar a decisão por "disciplina intelectual".
"Já dei a minha opinião, como aquele estado entre a dúvida e a certeza. Não comento a decisão, por disciplina intelectual. Página virada, segue o baile", afirmou o vice-presidente, ao chegar no Palácio do Planalto.
Na quinta-feira, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que arquivou o procedimento administrativo que havia sido instaurado contra Pazuello. Em nota, o Exército informou que concordou com a justificativa apresentada pelo ex-ministro e que "não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do general".
No dia 24 de abril, um dia após a participação de Pazuello no ato, Mourão afirmou que era "provável" que ele fosse punido e disse que o ex-ministro poderia ir para a reserva para "atenuar" a situação.
"É provável que seja (punido). É uma questão interna do Exército. Ele também pode pedir transferência para a reserva e atenuar o problema", afirmou o vice-presidente.
Dias depois, o vice-presidente voltou a comentar a questão e chamou de "entendimento meio canhestro" a hipótese de que Pazuello não fosse punido por estar ao lado do presidente da República, que é o comandante das Forças Armadas, o que funcionaria como uma autorização. "Isso aí é um entendimento meio canhestro da coisa, não funciona dessa forma".
Na mesma ocasião, citou o risco de "anarquia" nas Forças: "A regra tem que ser aplicada para evitar que a anarquia se instaure dentro das Forças, porque assim como tem gente que é simpática ao governo, tem gente que não é. Então, cada um tem que permanecer dentro da linha que as Forças Armadas têm que adotar. As Forças Armadas elas são apartidárias. Elas não têm partido. O partido das Forças Armadas é o Brasil"