O presidente Jair Bolsonaro
(sem partido) voltou a criticar as medidas de prevenção contra a Covid-19, como o lockdown, e afirmou que a pandemia no Brasil está perto do fim. Sem máscara, ele participou, neste domingo (23), de evento com motociclistas no Rio de Janeiro.
Ao fim do passeio, Bolsonaro discursou
em um carro de som no Aterro do Flamengo. "Estamos no final de uma pandemia, se Deus quiser. Espero nós retornemos para a normalidade. Mas enquanto isso não acontece, uma manifestação como essa, onde tivemos um amplo apoio de motociclistas de todo o Brasil, isso nos anima, isso nos traz oxigênio isso nos nos traz responsabilidade e autoridade também para poder agir em nome de vocês", afirmou Bolsonaro.
Ele também disse lamentar todas as mortes, "não importa a motivação", mas afirmou ser preciso "viver, ter alegrias, ambições, esperanças".
Apesar de um decreto da Prefeitura do Rio manter proibida a realização de eventos em áreas públicas, o presidente não teve nenhum tipo de impedimento legal de participar do ato.
"Nós temos o direito de professar a nossa fé, ir nas igrejas e se encontrar com Deus. Esses direitos não podem ser usurpados. Não é ameaça, jamais ameaçarei qualquer poder. Mas, como disse, acima de nós, dos três poderes, está o povo brasileiro. Pode ter certeza, nós faremos tudo para que a vontade popular seja realmente efetivada", disse o presidente ao criticar o lockdown no Brasil.
O chefe do executivo voltou a criticar os governadores
e uma suposta "ditaduara", ao afirmar que não tirou emprego de ninguém. "Hoje vocês já sabem o que é uma democracia e uma tentativa, o início de ditadura patrocinada por esses governadores. Nós não tiramos o emprego de ninguém, muito pelo contrário. Fizemos o possível pra que eles fossem mantidos. Mas, nós temos que viver, nós temos que ter alegrias também", destacou Bolsonaro.
O Brasil acumula 448.208 vidas perdidas para a Covid-19
e 16.047.438 infecções desde o início da pandemia. Até o sábado (22), dados do Ministério da Saúde mostravam que o estado do Rio tinha 49.438 mortes e 839.623 casos de Covid-19. Já a taxa de ocupação de leitos Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) chegou a 84%.
Presidente causou aglomerações no Rio de Janeiro
Ele chegou ao Rio de helicóptero, por volta das 9h30, e foi ao Parque Olímpico, na Zona Oeste da cidade.
A concentração do ato com os motociclistas começou às 8h em um posto de gasolina ao lado do Parque Aquático Maria Lenk.
No trajeto, o grupo passou por várias vias da capital fluminense e seguiu até o Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, Zona Sul. Muitas pessoas estavam aglomeradas e não usavam máscaras. Bolsonaro também estava sem a proteção no rosto, o que é proibido por decreto no Rio e passível de multa.
Ao menos 20 unidades e mil agentes da Polícia Militar (PM) fizeram a segurança do evento e do percurso do presidente. A PM não fez estimativa de público do evento. Organizadores do evento calculam 10 mil motociclistas. O passeio durou cerca de uma hora e meia.