Ernesto Araújo afirmou hoje, durante sessão da CPI da Covid , que sabia da oferta de imunizantes da Pfizer ao governo brasileiro, mas disse que não notificou Jair Bolsonaro sobre o assunto porque presumiu que o presidente havia sido avisado.
"Não comuniquei diretamente, porque a comunicação da embaixada em Washington dizia que havia uma comunicação endereçada ao presidente […] Presumi que o presidente da República soubesse", disse Araújo .
Em seu testemunho à CPI da Covid, o ex-CEO da Pfizer, Carlos Murillo , disse que os primeiros contatos do governo brasileiro com a empresa sobre a compra de vacinas aconteceram em maio.
Confira a cronologia da oferta de vacinas:
- No dia 14 de agosto, foram feitas as primeiras opções de ofertas de vacinas ao Brasil. Uma delas previa a entrega de 30 milhões de doses até 2021. Uma segunda garantia a entrega de até 70 milhões de doses.
- Segundo Carlos Murillo, no dia 18 de agosto, a Pfizer renovou as ofertas e disse garantir 1,5 milhão de doses ainda em 2020.
- O executivo afirmou que nova oferta foi feita em 26 de agosto.
- De acordo com ele, as propostas tinham validade de 15 dias. Todos os prazos expiraram, sem que o governo desse uma resposta – positiva ou negativa.
- O ex-CEO da Pfizer disse que, no dia 11 de novembro, a empresa voltou a ofertar 70 milhões de doses, sendo 2 milhões em 2020. No dia 24 de novembro, uma nova oferta, mantendo as quantidades oferecidas, mas alterando cláusulas contratuais para atender a exigências do governo. Depois de nova recusa, a Pfizer só tentaria outro contato em fevereiro.
- Segundo Carlos Murillo, o Brasil poderia ter recebido 18,5 milhões de doses do imunizante ainda no primeiro semestre de 2021.