Bolsonaro ameaça governadores e prefeitos e diz: 'daqui para frente vou agir'
Presidente já ameaçou usar Forças Armadas e editar decreto contra medidas restritivas, mas até agora isso não ocorreu
Em mais uma ameaça a governadores e prefeitos, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta sexta-feira (14), medidas restritivas e afirmou já deu o seu "recado" e que "daqui para frente" vai "agir". As últimas falas de Bolsonaro sobre o tema, contudo, não tiveram efeito prático.
Na semana passada, o presidente afirmou que poderia editar um decreto contra essas medidas restritivas , mas isso ainda não ocorreu. Bolsonaro também falou no mês passado na possibilidade de utilizar as Forças Armadas para isso, o que também não se concretizou até agora.
A declaração desta sexta-feira ocorreu quando apoiadores, em conversa no Palácio da Alvorada, reclamaram de determinadas medidas tomadas por governadores e prefeitos . Diversos estados e municípios adotaram medidas de restrição de circulação para conter a Covid-19 , que já matou mais de 430 mil pessoas no Brasil. Bolsonaro é contra essas medidas por causa de seus efeitos econômicos.
"Eu não fechei nada. O meu Exército só vai para a rua para manter a liberdade de vocês, jamais para mantê-los dentro de casa. Eu respondo pelos meus atos. Agora, se governadores, prefeitos, estão na contramão....", disse o presidente, acrescentando depois: "Pessoal, que já dei o recado. Daqui para frente eu vou agir".
Bolsonaro tem feito várias declarações desse tipo nas últimas semanas, mas ainda não tomou nenhuma medida prática. No dia 14 de abril, afirmou que esperava uma "sinalização" do povo para tomar "providência". No dia 23 daquele mês, falou que poderia empregar as Forças Armadas para garantir o respeito a trechos da Constituição que, segundo ele, estão sendo descumpridos.
No dia 26 de abril, o presidente disse que estava "chegando a hora" do Brasil dar um "grito de independência" contra "pseudogovernadores". Em 5 de maio, afirmou que poderia editar um decreto para garantir o que ele chamou de "direito de ir e vir". Dois dias depois, disse que o decreto já estava pronto. Até agora, no entanto, o texto não foi publicado.