Ex-deputado federal Eduardo Cunha ficou preso mais de 4 anos
O Antagonista
Ex-deputado federal Eduardo Cunha ficou preso mais de 4 anos

Após quatro anos e meio de prisão, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ) , afirmou que pretende retornar à vida política depois de ter a prisão domiciliar revogada por decisão Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Em entrevista à revista "Veja", Cunha disse ainda que, atualmente, é sustentado pela família e que pretende abrir um canal no Youtube e empreender para "arranjar um jeito de sobreviver".

Cunha passou três anos na cadeia , após ter a prisão decretado em meados de 2017. No ano passado progrediu de regime e passou a cumprir prisão domiciliar. Agora, o ex-presidente da Câmara, um dos responsáveis pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, pode voltar a Brasília. O último mandado de prisão foi revogado.

Na entrevista, ele não diz se pretende concorrer a um cargo político nas próximas eleições . Segundo Cunha, a candidata a deputada federal no próximo pleito é filha , Danielle Cunha: "Mas me aguardem: com certeza, eu vou voltar".

Ele não poupou críticas a antigos aliados. Diz que sente-se traído pelo ex-presidente Michel Temer e pelo ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia .

"Renunciei à presidência da Câmara após uma articulação iniciada por ele e Michel não cumpriu o combinado, que era evitar ou diminuir a carga do processo de cassação contra mim. Mas não foi surpresa. Ele não é dado a entrar em bola dividida, a não ser quando é por interesse próprio", disse.

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O principal alvo de Cunha na entrevista é a operação Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro . O ex-deputado afirmou que foi “usado como contraponto para não parecer que ele perseguia unicamente o PT”.

“Era uma injustiça. Fiquei esse tempo todo cumprindo medida preventiva mesmo estando num país onde a presunção da inocência é parte da Constituição e só se pode executar a pena depois de a ação transitar em julgado. Me tornei um troféu para o Moro”, declarou.

Após a condenação , Cunha passou a cumprir pena em Curitiba. Na prisão, dividiu cela com petistas conhecidos, José Dirceu (ex-ministro-chefe da Casa Civil), João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do PT) e André Vargas (ex-deputado federal).

"Falamos sobre tudo, inclusive política. Mesmo sendo petistas, não reclamaram de nada comigo. Garanto que lá não tinha nenhum fã da Dilma. Todos mostraram seus processos e cheguei a palpitar, mas não posso comentar. Existe um código de honra para não expor quem está ali".

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