Bolsonaro volta a defender cloroquina e chama CPI da Covid de "xaropada"

Em live semanal por uma rede social, o presidente também afirmou sentir “sintomas de uma possível reinfecção” pelo novo coronavírus e que se automedicou com ivermectina

Foto: Reprodução
Live de Jair Bolsonaro (sem partido) da última quinta-feira, 06

O presidente  Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o uso hidroxicloroquina para pacientes de Covid-19 em sua live semanal nas redes sociais, na noite da última quinta-feira, 06 . Ele chamou os que se opõem à prescrição do medicamento de "canalhas" e afirmou que a CPI da pandemia no Senado é uma "xaropada".

“Eu nunca vi ninguém morrer por ter usado hidroxicloroquina, que é largamente usada na região amazônica para combater malária e lúpus”, declarou Bolsonaro. Em outro momento, acrescentou: “Canalha é quem disse que não toma isso e não dá alternativa. Eu nunca vi ninguém morrer por ter usado a hidroxicloroquina, que é largamente usada na região amazônica para combater a malária, para combater o lúpus ou então artrite”.

O presidente também afirmou sentir sintomas de uma possível reinfecção pelo novo coronavírus. “Eu estava com sintomas, há poucos dias, de uma possível reinfecção. Tomei ivermectina. No dia seguinte estava bom, pô”, afirmou.

As defesas do medicamento voltam a ser feitas abertamente após o filho do presidente, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), voltar a assumir a comunicação, indicando que o pai deveria radicalizar o discurso, para desviar a atenção da CPI da Covid , que acontece no senado. A defesa do presidente de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19 é um dos alvos de investigação.

Em relação a CPI da Covid, Bolsonaro criticou parlamentares opositores a ele e independentes sem citar nomes. “Não dá para ouvir tudo [da CPI], né? Primeiro que é uma xaropada, raramente tem um senador ali... Raramente não, têm senadores bem intencionados, que fazem um grande trabalho. Agora tem uns quatro ali que pelo amor de Deus. Sabem tudo”, disse em tom de ironia.

Ainda na live, Bolsonaro elogiou o ex-ministro da saúde Pazuello e afirmou que a autorização para produção de insumos de vacinas no Brasil é resultado do trabalho do general. Ele também sugeriu que as farmacêuticas priorizam a venda de vacinas porque teriam mais benefícios financeiros do que com remédios.

Apesar da defesa do presidente, especialistas vem informando a população de que a pandemia só será superada com uma ampla vacinação em todo o mundo.