Ex-presidente se encontrou com Freixo em Brasília
Ricardo Stuckert
Ex-presidente se encontrou com Freixo em Brasília

Com o objetivo de costurar acordos políticos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou nesta segunda-feira em Brasília. No primeiro dia, tratou do cenário político do Rio de Janeiro com Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Após sair de um hotel na Asa Sul da capital, onde ocorreu a reunião, o deputado do PSOL afirmou que ambos trataram da formação de uma frente ampla para a "derrotar Jair Bolsonaro". Freixo também se colocou como candidato ao governo do estado do Rio.

O parlamentar, porém, ainda avalia a possibilidade de trocar de partido para enfrentar as eleições em 2022.

"Conversamos sobre uma aliança ampla, tanto no Brasil como no Rio. Temos que garantir a união dos partidos que naturalmente estariam juntos (de esquerda), e ver quem mais poderia nos apoiar. Falei que meu nome está colocado, tenho conversado com amplos setores e muitos partidos que estão dispostos. A tendência do PT é apoiar essa aliança", disse Freixo.

A ideia de Lula, segundo o deputado, é aglutinar, em um primeiro momento, forças de esquerda, como PT, PDT, PSB, PCdoB e PSOL. Na terça-feira, Lula receberá o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ). Há a possibilidade de o parlamentar do PSB ser candidato ao Senado, caso a frente seja concretizada. Molon pode ainda concorrer à reeleição em 2022 à Câmara dos Deputados.

A colunista do jornal O Globo também informou nesta segunda-feira que um encontro entre Lula e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) está sendo negociado. Segundo a colunista, Maia sinalizou a interlocutores que "teria com todo prazer" uma conversa com o petista.

Hoje, o deputado e o presidente Jair Bolsonaro são oponentes declarados. Em março, o deputado pontuou suas diferenças com Lula, mas o elogiou nas redes sociais e disse que era preciso reconhecer a diferença entre o petista e Bolsonaro.

No mês passado, o diretório estadual do PSOL no Rio se opôs à formação de uma aliança com nomes do centro, como Maia e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM). Freixo vem tratando da formação de uma frente anti-bolsonarista com Paes e Maia, antigos adversários do PSOL.

Após a reunião com Lula, Freixo disse que abordou a questão das milícias no Rio e a vinculação de Bolsonaro com ex-militares que passaram a atuar com grupos criminosos. Além disso, tratou do posicionamento da oposição ao governo federal.

"Foi ótimo. Tivemos uma conversa sobre a questão nacional também, a necessidade da vacina e de um auxílio emergencial maior. Lula e nós estamos convencidos de que o governo poderia outro valor. Temos 400 mil mortos e a população passando dificuldades, a agenda do ministro Paulo Guedes."

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Ainda esta noite, Lula deve se encontrar com diplomatas da embaixada da Alemanha para conversar sobre vacinas. Mais cedo, a colunista Bela Megale também informou que a notícia de que Lula iria encontrar o embaixador da Rússia, Alexey Labetskiy, em meio a embates entre o fabricante da Sputnik V e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), provocou uma baixa na lista de compromisso do ex-presidente Brasília.

Para se blindar de acusações de que estaria interferindo na política externa e diante do desconforto da Embaixada Rússia, que passou a ser pressionada por interlocutores do governo Bolsonaro após a agenda ser revelada pela coluna, a reunião foi cancelada.

A agenda do petista não foi divulgada e a direção do PT tem mantido em sigilo a maior parte dos compromissos, mas devem ocorrer encontros com o ex-presidente José Sarney (MDB), parlamentares e com representantes das embaixadas.

Previsto inicialmente, o encontro com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, não deve acontecer. Por parte do senador, a reunião poderia passar a impressão de uma articulação para usar a Comissão Parlamentar de Inquérito para atacar o presidente Jair Bolsonaro, provável adversário de Lula em 2022.

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