O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , protagonizou um momento de bate-boca com deputados nesta segunda-feira (3) enquanto participava de uma sessão conjunta das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Viação e Transportes.
Durante a sessão, que foi presidida pela deputada bolsonaristas Carla Zambelli (PSL-SP), o chefe da pasta foi chamado de "moleque", mas não foi possível identificar quem fez o xingamento.
Após ouvir críticas dos deputados Rodrigo Agostinho (PSB-SP) e Paulo Guedes (PT-BA), homônimo do ministro da Economia, Salles atacou os parlamentares dizendo que Agostinho é "ambientalista de palanque" e que o bom Paulo Guedes é o que está no governo.
Salles ainda aproveitou a ocasião para sugerir que deputados deveriam doar recursos de emendas parlamentares individuais para ações voltadas ao Meio Ambiente, o que causou indignação no plenário.
Dados do relatório Passando a Boiada , do Observatório do Clima, apontam que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) 2021 encaminhado pelo governo Bolsonaro ao Congresso terá queda de 27,4% no orçamento federal previsto para fiscalização ambiental e combate a incêndios florestais. A comparação é com o ano de 2020. Em relação a 2019, a queda é de 34,5%.
A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) disse que o ministro não mentiu quando falou que "passaria a boiada". "Já são cerca de 721 medidas contra o meio ambiente", ressaltou.
Ainda durante a sessão da comissão, o deputado Ivan Valente (Psol - SP) chamou o ministro e os outros parlamentares governistas de "palhaços". Ele disse que Salles foi um "grande desastre ambiental no Brasil" por seguir a mesma lógica de trabalho do governo Bolsonaro.
Parlamentares bolsonaristas como o deputado Sanderson (PSL-RS) saíram em defesa de Salles. Ele lembrou da reunião feita com o delegado Alexandre Saraiva, onde, segundo ele, "houve uma tentativa de difamar o ministro do Meio Ambiente, que tem feito um excelente trabalho".