Em conversa privada com o presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Luiz Fux, Jair Bolsonaro
negou, nesta sexta-feira (19), a pretensão de decretar estado de sítio
. As informações são do Estadão
. A conversa foi motivada pela declaração feita mais cedo por Bolsonaro de que "chegará o momento" de tomar "medidas duras" contra as medidas de contenção à Covid-19 adotadas por governadores.
Na conversa com Fux , Bolsonaro endureceu as críticas à postura de governadores que adotaram "toque de recolher" para conter a disseminação da Covid-19. O presidente chegou a enviar um ofício ao STF contra os decretos estaduais, comparando-os com as previstas em um estado de sítio.
“A obrigação de permanência em localidade determinada somente é admitida no âmbito do estado de sítio, que em alguns casos surgirá apenas quando comprovada a ineficácia do estado de defesa. Ambos os mecanismos, sítio e defesa, em nenhum momento foram decretados sob a Constituição de 1988 ”, diz o documento enviado pelo Planalto.
Em conversa com apoiadores no Palácio do Alvorada na manhã desta sexta-feira, Bolsonaro falou sobre estado de sítio e em dar "liberdade para o povo".
“Será que o governo federal vai ter que tomar uma decisão antes que isso aconteça? Será que a população está preparada para uma ação do governo federal dura no tocante a isso? Que que é dura? É pra dar liberdade pro povo, é pra dar o direito do povo trabalhar. Não é ditadura não, uns hipócritas aí falando de ditadura o tempo todo, uns imbecis. Agora um terreno fértil para ditadura é exatamente a miséria, a fome, a pobreza, onde o homem com necessidade perde a razão. Estamos esperando oque? Vai chegar o momento , eu gostaria que não chegasse esse momento, vai acabar chegando”, disse Bolsonaro.