Mansão de Flávio Bolsonaro: valor 4x maior que patrimônio e paga com chocolate
Em 2018, quando era candidato ao Senado, filho do presidente declarou R$ 1,7 milhão ao TSE; agora, revelou a amigos que casa de R$ 6 milhões foi adquirida com a venda de sua filial da loja Kopenhagen no Rio
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) comprou no início do ano uma mansão no valor de R$ 6 milhões em bairro nobre de Brasília. O valor do imóvel é quase quatro vezes o patrimônio declarado por ele nas eleições de 2018.
Naquele ano, ele informou possuir bens no valor de R$ 1,7 milhão, incluindo dois imóveis e participações em uma loja de chocolates, vendida recentemente. Sobre a participação no empreedimento, o senador revelou a amigos que a compra da mansão foi feita exatamente com o dinheiro obtido com a venda, conforme informações do blog do jornalista Guilherme Amado.
O Extra teve acesso ao registro do negócio em cartório, cujo valor da compra foi de R$ 5,97 milhões. O documento informa que o imóvel tem 2.400 m², fica localizado em uma área batizada de “Setor de Mansões Dom Bosco” e teve a aquisição registrada no dia 29 de janeiro. Constam como compradores Flávio e sua esposa, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, com quem é casado sob comunhão parcial de bens. A vendedora é a RVA Construções e Incorporações.
A certidão do imóvel registra que, do total do imóvel, houve a contratação de um financiamento junto ao Banco de Brasília (BRB) para o pagamento de R$ 3,1 milhões. Serão 360 prestações mensais, com taxas de juros entre 3,65% e 4,85%. Flávio ganha salário de R$ 33 mil mensais como senador.
Investigado pela suposta existência de um esquema de desvios de recursos dos salários de seus assessores quando era deputado estadual da Assembleia Legislativa do Rio ( Alerj ), o senador é suspeito de realizar a lavagem de dinheiro por meio da venda e compra de imóveis.
Na semana passada, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça ( STJ ) anulou as quebras do sigilo bancário e fiscal da investigação da rachadinha , acolhendo um recurso da defesa do senador. Com isso, as principais provas da denúncia apresentada no fim do ano contra Flávio pelo Ministério Público do Rio de Janeiro devem ser descartadas.
A denúncia apontava que 12 funcionários fantasmas lotados no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj teriam desviado R$ 6,1 milhões dos cofres públicos. Procurada, a assessoria do senador ainda não se manifestou a respeito do imóvel.