Mourão chama invasão ao Capitólio de violenta e diz que não deve advir no Brasil
Vice-presidente Mourão voltou da quarentena e adotou discurso diferente de Bolsonaro ao tratar da invasão ao Congresso dos Estados Unidos e ao reconhecer a lisura das eleições norte-americanas
O vice-presidente da República, Hamilto Mourão
(PRTB), voltou nesta segunda-feira (11) do período de isolamento em quarentena
, por conta do teste positivo para Covid-19, e já na primeira entrevista adotou um discurso diferente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao defender que as eleições nos Estados Unidos foram "corretas"
e reprovar o caso de invasão ao Capitólio
norte-americano.
“É uma questão interna dos Estados Unidos da América. É óbvio que foi uma manifestação violenta . Poderiam ter se manifestado contra o processo eleitoral americano de forma pacífica”, declarou em entrevista à Rádio Gaúcha ao comentar a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos por extremistas e apoiadores do presidente Donald Trump.
Mourão disse que não acredita na possibilidade do atentado à democracia dos Estados Unidos acontecer no Brasil , como forma de contestar o resultado das eleições em caso de eventual derrota do presidente Jair Bolsonaro em 2022. Bolsonaro já afirmou mais de uma vez, sem apresentar provas , que as eleições de 2018 foram fraudadas - mesmo com ele saindo vencedor -, pois a vitória teria ocorrido ainda em primeiro turno. O presidente disse ter provas e meios que em breve iria provar a suposta fraude, mas até agora não apresentou.
“Acho que não [deve acontecer o que aconteceu nos EUA] . Uma vez ocorrido o processo eleitoral [no Brasil], quem vencer terá o reconhecimento. Agora um outro aspecto é a questão do voto impresso. Se discute muito a auditoria desse nosso voto eletrônico”, afirmou. Mourão defendeu o voto impresso , mas não endoçou as falas de Bolsonaro sobre a necessidade de implantar o sistema como a única forma de evitar fraudes eleitorais e evitar ataques como os ocorridos nos Estados Unidos.