O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi eleito como a pessoa do ano em 2020 por um relatório internacional que monitora o papel de políticos na promoção do crime organizado e da corrupção . De acordo com a iniciativa, o presidente "se cercou de figuras corruptas, fez propaganda de uma agenda populista, minou o sistema de Justiça, e travou uma guerra destrutiva contra a região amazônica".
Bolsonaro ficou à frente dos presidentes dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump , e da Turquia, Recep Erdogan . Segundo o projeto, ambos também fizeram propaganda populista, enfraqueceram instituições democráticas e politizaram o Judiciário.
"Esse é o tema central do ano", disse Louise Shelley, diretora do Centro Transnacional de Crime e Corrupção (TraCCC), da George Mason University, que participou do painel do prêmio. "Todos são populistas causando grandes danos aos seus países, regiões e ao mundo. Infelizmente, eles são apoiados por muitos, o que é a chave do populismo."
Para nomear Bolsonaro, o projeto levou em conta as investigações de prática de rachadinha pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que é filho do presidente. O relatório ainda cita o envolvimento de Michelle Bolsonaro nesse caso.
Além disso, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) também é citado por suposta prática do mesmo tipo de crime quando ele ainda era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A "rachadinha" consiste na devolução de parte dos salários de funcionários de gabinete à conta do parlamentar. No caso de Flávio, as operações teriam sido feitas em dinheiro vivo por Fabrício Queiroz.
O prefeito afastado do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella , também é citado. Ele é aliado de Bolsonaro e foi preso por operar o que os integrantes do projeto chamaram de "organização criminosa destinada a arrecadar lucros do gabinete do prefeito".
"A destruição contínua da Amazônia está ocorrendo por causa de escolhas políticas corruptas feitas por Bolsonaro. Ele encorajou e alimentou os incêndios devastadores", disse o jurado Rawan Damen, diretor da Associação Árabe de Jornalismo Investigativo. "Bolsonaro fez campanha com o compromisso explícito de explorar - ou seja, destruir - a Amazônia, que é vital para o meio ambiente global."