O presidente Jair Bolsonaro
admitiu nesta terça-feira que acredita que o Aliança pelo Brasil
não será formado e que irá escolher uma partido
para se filiar até março do ano que vem. Ele disse que está negociando com uma legenda, mas não informou qual. Mais de um ano depois, o partido que o presidente tenta criar não conseguiu reunir nem 10% das 492 mil assinaturas necessárias para o registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Eu tenho falado que mais ou menos em março eu defino. Eu acho que o partido que nós começamos a formar vai ser difícil a formação, é muito burocratizado, é complicado fazer um partido. Se fosse cinco ou seis anos atrás, se tivesse pensado isso lá atrás, eu teria um partido para mim", afirmou em entrevista à Band.
Questionado se estaria negociando com alguma sigla, Bolsonaro afirmou que sim, mas não mencionou qual "porque tudo pode acontecer". Em seguida, citou o PP, partido que foi filiado até 2016, o PTB, de Roberto Jefferson, e "partidos pequenos".
"Não posso falar o nome do partido porque tudo pode acontecer. Então em março eu devo definir o partido para mim. Tenho vários partidos que estão me convidando. Tem meu ex-partido o Progressistas me convidando, fiquei muito honrado, o PTB também me convidou, estou muito honrado também, e tem outros partidos pequenos".
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Passada a ressaca pós-eleições municipais, interlocutores do presidente Jair Bolsonaro deram início a estratégia para reorganizar uma estrutura partidária que acolha o chefe do Executivo rumo à disputa a uma reeleição em 2022.
Assessores de Bolsonaro avaliam que a maior lição do pleito municipal foi perceber quão desorganizados estão conservadores e ideológicos e que, sem uma nova estrutura, o presidente pode patinar na corrida à sucessão presidencial daqui a dois anos.
Legendas que integram o Centrão e que estão alinhadas ao governo, como PP, PR e Republicanos, estão entre as opções.
Na Câmara dos Deputados, esses partidos têm dado sustentação à base aliada do governo e auxiliado na aprovação de temas importantes para a área econômica. Apesar das antigas críticas do presidente e de seus apoiadores aos partidos do Centrão, o governo Bolsonaro se aproximou desse grupo em meados de junho deste ano.