O vice-presidente, Hamilton Mourão, comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), criado pelo presidente Jair Bolsonaro
Daniel Gullino/Agência O Globo
O vice-presidente, Hamilton Mourão, comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), criado pelo presidente Jair Bolsonaro


O vice-presidente da República, Hamilton Mourão(PRTB), disse nesta quarta-feira (11), que o Brasil não deve aceitar barreiras não-tarifárias a produtos brasileiros como forma de sanção à política ambiental adotada no país . A declaração foi feita durante uma live realizada pela Federação das Câmaras deComércio Exterior (FCCE).


Questionado sobre consultas feitas por fundos de investimento internacionais sobre o compromisso do Brasil com a produção ambientalmente sustentável, Mourão disse que o país não deve aceitar barreiras "desde que, do lado de cá", apresente resultados na área ambiental . Mourão é o presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), criado pelo presidente Jair Bolsonaro para coordenações ações de proteção e desenvolvimento na região.

"Estamos fazendoa nossa parte. Temos que comprovar que estamos fazendo, mas por outrolado, minha gente, não vamos aceitar barreiras não-tarifáriasdesde que, do lado de cá, nós apresentamos os resultados que nóstemos que apresentar, "afirmou Mourão.

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"Temos que também mostrar aos nossos compradores que eles não podem fazer uso de barreiras não-tarifárias no sentido de bloquear a nossa expansão comercial. Até porque sabemos que a agricultura nos países da União Europeia é extremamente subsidiada e a nossa não tem esse subsídio todo", disse.

A declaração do vice-presidente acontece quatro dias depois de o democrata Joe Biden ter vencido a disputa à Presidência dos Estados Unidos. A vitória de Biden vem sendo vista com preocupação pela cúpula do governo, especialmente na área ligada à agenda ambiental .

Em setembro, Biden criticou o Brasil por conta dos índices de destruição da floresta amazônica e disse que criaria um fundo de US$ 20 bilhões parafomentar programas de preservação. Ele disse também que os países que não se comprometessem com a preservação do meio ambiente estariam sujeitos a sanções econômicas.

Questionado sobre as possíveis mudanças na política ambiental do Brasil por conta davitória de Biden, Mourão foi cauteloso. Ele afirmou que, se a vitória de Biden for confirmada, o democrata teria muitos problemas internos e externos para solucionar não relacionados à Amazônia. Mourão disse que, independentemente disso, o Brasil precisariac ontinuar a atuar na redução dos crimes ambientais praticados na região Amazônica.

"Acho que se nós nos mantivermos dessa forma, vamos deixar muito claro (a posição do Brasil) à comunidade internacional, especificamente a um novo governo americano", afirmou Mourão.


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