Candidatos do PSL suspeitam de repasse de R$ 690 mil a ex-mulher de ministro
Filiados à sigla dizem que o partido se envolveu novamente em escândalo de repasse de verbas públicas
Por iG Último Segundo |
Candidatos do PSL à Câmara Municipal de Belo Horizonte , em Minas Gerais , suspeitam de um repasse de R$ 690 mil feitos pelo partido à candidatura da ex-mulher do ministro Marcelo Álvaro Antônio , que comanda a pasta do Turismo do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Por meio de nota, os pleiteantes dizem que a sigla está envolvida, mais uma vez, "em escândalo de repasse de verbas públicas" ao repassar a quantia à candidata à vereadora Janaína Cardoso.
"O repúdio, além de ser ao ministro, ex-marido da candidata do próprio partido, também diz respeito à senhora Janaina Cardoso, em uma atitude, mais uma vez, que deteriora o PSL, e que joga na lama o nome de um partido, envolvido, mais uma vez, em escândalo de repasse de verbas públicas, o que deprecia não apenas as candidaturas, mas as histórias de outros candidatos, idôneos, patriotas e conservadores no mesmo cenário", diz o documento
O texto, que é assinado inclusive pela presidente do PSL Mulher em Minas, Marcela Valente, ainda diz que causa desigualdade na disputa entre os candidatos. "Além disso, há um desrespeito. Em um pleito eleitoral, vence quem trabalha e constrói, através de sua luta, a conquista de uma cadeira, no caso da Câmara Municipal de Belo Horizonte, e que não seja através desse jogo da velha política, de enorme discrepância, feito com verba pública".
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Em 2019, o jornal Folha de S. Paulo , revelou a existência de candidaturas laranjas lançadas pelo PSL, em Minas Gerais e em Pernambuco, com o intuito de desviar verbas da cota feminina.
Então presidente do PSL em Minas, o atual ministro do Turismo foi denunciado pelo Ministério Público sob acusação de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa. O ministro nega ter cometido qualquer tipo de irregularidade.
A nota dos candidatos a vereadores encerra dizendo que "quem combate a corrupção nas ruas também não pode ser conivente com situações extravagantes dentro do mesmo partido".
O dinheiro recebido por Janaina representa quase o limite legal de gastos permitido para a campanha de um vereador em Belo Horizonte, que é de R$ 692 mil.