Deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ)
Roberto Moreyra / Agência O Glob
Deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ)

Em reunião virtual na noite desta quinta-feira, o deputado federal  Marcelo Freixo ameaçou deixar o PSOL caso a sigla tome medida contra a candidatura de Wesley Teixeira a vereador em Duque de Caixas, na Baixada Fluminense. O educador e ativista do movimento negro corre o risco de ser punido pelo PSOL por ter recebido R$ 75 mil em doações de empresários para a campanha. Doaram para a campanha de Wesley nomes como Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, o cineasta João Moreira Salles e a herdeira do banco Itaú Beatriz Bracher.

Alas do partidos defendem que Wesley devolva os valores doados à sua campanha, e discutem outras sanções. Esses integrantes alegam a existência de uma resolução interna da sigla, de 2008, que impede filiados de receberem doação de grandes empresários, especuladores imobiliários, pessoas com envolvimento em processos por danos ambientais.

Alas do partidos defendem que Wesley devolva os valores doados à sua campanha, e discutem outras sanções. Esses integrantes alegam a existência de uma resolução interna da sigla, de 2008, que impede filiados de receberem doação de grandes empresários, especuladores imobiliários, pessoas com envolvimento em processos por danos ambientais.

O caso ampliou o desgaste de Freixo com parte do partido. O deputado sofreu resistência de setores PSOL há poucas semanas, quando cogitou retomar a candidatura a prefeito do Rio, depois de ter anunciado a desistência no primeiro semestre. Nesta quinta, Freixo ameaçou deixar a sigla, em defesa de Wesley:

"Se formalizarem alguma tentativa de impugnar a sua candidatura, Wesley, eu saio do PSOL, porque não tem condições de eu ficar em um partido que não vê o tamanho do que você representa para a democracia brasileira", afirmou o parlamentar, lembrando que em 2012 recebeu doações de Guilherme Leal, um dos fundadores da Natura, para a sua campanha à prefeitura do Rio, e ninguém cogitou impugnação. 

A declaração foi feita durante uma plenária virtual realizada nesta quinta-feira. No evento, Teixeira, reafirmou sua posição de continuar com o dinheiro que foi doado. As doações chegaram até o educador após uma reunião dele e da ativista antirracismo do Instituto Geledés, Sueli Carneiro, que apoia a candidatura, com integrantes da sociedade civil. 

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"Nós vamos aceitar os valores que foram doados. Vamos usar esses recursos para fazer essa campanha histórica e ter a chance de depois de muitos anos eleger alguém diferente das famílias que estão ai por muitos anos", afirmou Teixeira.

Oficialmente o PSOL afirma que a situação ainda está sendo discutida e que é prematuro falar em sanções.

" Wesley é um camarada com uma importante construção em Caxias, mas não está acima dos princípios partidários. No entanto, não há qualquer deliberação no sentido de inviabilizar sua candidatura, pelo contrário, nos interessa mantê-lo no PSOL " , afirmou a presidente da legenda no Rio de Janeiro, Isabel Lessa, que não quis comentar as declarações de Freixo.

O humorista Marcelo Adnet também usou suas redes para sair em defesa de Wesley. "Eu sou team @wesleyteixeiras ! Poder à periferia e a quem esteve silenciado por séculos. Que a grana que isola agora possa ajudar a incluir", escreveu.  O candidato compartilhou a publicação junto com a afirmação ‘Dinheiro pra nós é proteção!’. 

Ainda durante a plenária, sem citar o PSOL , Wesley Teixeira reclamou de desigualdades na distribuição feita pelos partidos do fundo eleitoral para os candidatos. 

"Os partidos políticos ainda fazem uma distribuição desigual dos fundos eleitorais neste país. E é o movimento negro que tem que denunciar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma melhor distribuição, mais justa e igualitária. E aí existe escala de aliança sim", avaliou.

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