Indicado no mês passado para a liderança do governo Bolsonaro na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) foi alvo na manhã desta quarta-feira de uma operação que investiga o pagamento de propina.
A investigação, entretanto, remonta a um possível esquema de corrupção enquanto Barros ainda era secretário do governo Beto Richa.
É por isso que, apesar de ser deputado federal, a operação ocorre em âmbito estadual. A investigação começou com a delação de dois executivos da Galvão Engenharia e foi remetida para a primeira instância pelo Supremo Tribunal Federal.
Os executivos admitiram que pagaram mais de R$ 5 milhões a Ricardo Barros entre 2011 e 2014. Boa parte do dinheiro foi pago por meio de doações para o diretório do partido Progressistas no Paraná. Entretanto, R$ 1,5 milhão foram pagos em espécie para supostos intermediários do deputado federal.
De acordo com a delação, Barros teria sido intermediário da aquisição, pela Copel, empresa de energia elétrica do Paraná, de uma empersa especializada em energia eólica, de propriedade da Galvão.
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O deputado federal teria pedido R$ 1 milhão de propina e 1,5% dos valores que a Copel aportaria na empresa da Galvão.
De acordo com apuração da reportagem, os investigadores não apenas citaram a delação dos executivos como também encontraram evidências que colocaram Ricardo Barros em São Paulo nas datas apontadas como aquelas que teriam sido realizados os pagamentos da propina.
Além disso, a investigação também encontrou indícios da movimentação do dinheiro em espécie que teria sido recebido por Barros. Os valores teriam sido utilizados, principalmente, para realizar transações imobiliárias, como forma de lavar o dinheiro.
A reportagem apurou que, como os pagamentes não são atuais, é improvável que o mandato do deputado federal esteja em risco. Entretanto, com os documentos obtidos nas buscas realizadas hoje, investigadores acreditam que o caso possa levar a uma denúncia contra Barros.
Uma eventual ação penal colocará o líder em situação delicada. Apesar dele já ter sido ligado a outros escândalos de corrupção, esse seria o primeiro desde que assumiu a posição de liderança do governo na Câmara.