Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj)
Hermes de Paula / Agência O Globo
Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj)


Inicialmente prevista para ocorrer já na próxima semana, a votação do impeachment do governador afastado Wilson Witzel pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) deve ser realizada apenas no dia 22 deste mês. A Alerj atendeu a um pedido dos advogados para que a comissão especial do impeachment só começasse a contar seus prazos na quarta-feira (9), apesar da defesa ter sido enviada aos deputados na semana passada.


Os advogados do governador afastado solicitaram a prorrogação para fazer uma complementação da defesa, que, no entanto, não foi entregue. Com isso, o relator do impeachment, deputado Rodrigo Bacellar (SDD), só deve concluir o trabalho na próxima segunda-feira.

Presidente da comissão especial do impeachment, que chegou a ser suspensa por uma liminar, o deputado Chico Machado (PSD) acredita que a análise do relatório pelo grupo deve acontecer na próxima quinta-feira (17). Apesar dos questionamentos da defesa de Witzel, ele afirma que o processo respeitou a legislação .

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"Não fizemos nenhum tipo de caça às bruxas . O que vamos fazer é cumprir estritamente o que a lei manda. Estamos aqui para mostrar para a população o que aconteceu de verdade", destaca.

Caso os deputados decidam pelo recebimento da denúncia, cenário dado como certo na Alerj hoje, Witzel ficará duplamente afastado e será julgado por um tribunal misto, formado por cinco desembargadores e cinco deputados. Esse grupo é que dará a palavra final sobre a perda de mandato do governador. O prazo para a conclusão dessa fase de julgamento é de 180 dias.

Reforma administrativa

O adiamento da decisão da Alerj deve mudar os planos do governador interino Cláudio Castro, que pretendia fazer uma reforma administrativa somente após a votação do impeachment. Apesar do afastamento de Witzel pelo STJ, integrantes do governo interino avaliam que a decisão dos deputados dará mais segurança para mudanças mais radicais, já que não poderia ser revertida por nova decisão judicial.

Segundo fontes ligadas ao governo interino, Castro pretende fazer uma mudança radical no primeiro escalão . Essa reforma deve começar já na próxima semana com o corte de subsecretarias e fusão de pastas. A troca do comando da Saúde, foco das denúncias que afastaram Witzel, é considerada prioridade. No entanto, exoneração dos demais secretários só deve ocorrer após a decisão dos deputados.

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