O procurador Deltan Dallagnol foi afastado do comando da operação Lava Jato após 6 anos como chefe. Ele concedeu uma entrevista ao repórter Fausto Macedo do Estadão em que declarou que o procurador-geral da República Augusto Aras tem "postura equivocada" sobre a Lava Jato e que "faria diferente" em relação ao powerpoint produzido contra o ex-presidente Lula.
"Esse [PowerPoint] foi outro episódio que, embora tenha se dado dentro da lei, gerou polêmicas e desgastes . Hoje faria diferente. Agora, é importante dizer que o que se disse naquela entrevista coletiva, com um esforço para ser acessível e didático para leigos, constava, de modo mais técnico, na denúncia apresentada, que embasou a condenação do ex-presidente pelo Judiciário, confirmada em duas instâncias independentes", disse Dallagnol.
"Tenho o maior respeito pelo Procurador-Geral, chefe da Instituição em que estão minhas lealdades profissionais, mas a postura dele em relação às forças-tarefas está equivocada . Elas são modelos de atuação no Brasil e no mundo. Alcançaram resultados contra a corrupção antes inimagináveis. É algo a ser mantido, expandido e replicado", declarou o procurador sobreo chefe da PGR.
Dallagnol vê possíveis impactos na operação Lava Jato vindos do Congresso, da PGR e do Supremo Tribunal Federal (STF) e lembrou que a prorrogação da força-tarefa deve ser decidida até 9 de setembro. O procurador afirmou que deixou a operação exclusivamente para cuida da filha que passa por um tratamento médico.