O Ministério Público Federal calcula que o esquema no governo de Wilson Witzel , revelado na delação premiada do ex-secretário de Saúde, Edmar Santos, tinha pretensão de angariar, ao fim de quatro anos, quase R$ 400 milhões com a cobrança de 5% de propina de todos os contratos com Organizações Sociais, como mostrou ontem o “Fantástico”, da TV Globo. O MPF acusa Witzel de corrução, lavagem de dinheiro e organização criminosa . Investigadores localizaram dois servidores públicos que atuavam em obra particular no escritório da primeira-dama
"Verificou-se possível pagamento de vantagem indevida para agentes políticos, inclusive o governador, com base em forte elementos de prova, não só testemunhal, não só colaboração premiada, mas análise de sigilo bancário e telefônico", afirmou o superintendente da PF no Rio, Tácio Muzzi.
Reforma com servidor público
O procurador Eduardo El Hage explica que foi uma “surpresa” terem desvendado formas “tão básicas” de lavagem de dinheiro. Na casa em que funciona o escritório da primeira-dama, Helena Witzel , e que pertence ao marido, os investigadores descobriram uma reforma que vinha sendo acompanhada por dois servidores do estado.
O escritório não tinha funcionários, e os clientes só apareceram depois que Witzel assumiu o governo. Helena recebeu R$ 554 mil de empresas ligadas a fornecedores do estado suspeitas de pagar propina ao governador.
"A gente vinha numa velocidade de investigação e se deparou com um esquema muito menos sofisticado que o do Sérgio Cabral", disse El Hage.
Witzel passou o dia no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, trabalhando na defesa que irá apresentar ao STJ e à Alerj. Ele diz que provará que foi enganado.