Em depoimento no inquérito que apura o vazamento de uma operação da Polícia Federal, o chefe do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Miguel Ângelo Braga Grillo, conhecido como Coronel Braga, negou ter recebido informação prévia sobre a Operação Furna da Onça, que revelou as suspeitas sobre Fabrício Queiroz . As informações foram divulgadas pelo Jornal Nacional.
Coronel Braga relatou ao Ministério Público do Rio de Janeiro que ele o então deputado estadual costumavam ir à Polícia Federal do Rio para visitas institucionais e que se lembrava de pelo menos três ocasiões. Em uma dessas, ele e Flávio atenderam a um pedido de ajuda da chefe da segurança da Alerj para conseguir porte de arma na PF.
"Ela pleiteou o porte de arma e ela pediu se poderíamos já que da primeira vez que ela pediu foi negado... fomos até aí. Obtivemos uma orientação de como deveria ser feito o requerimento dela, que ela usasse esse ou aquele argumento, que ela apresentasse esse ou aquele documento.", disse no depoimento.
Apesar de narrar o episódio com detalhes, o chefe de gabinete de Flávio disse não se lembrar o mês nem o ano dessa visita.
Braga também disse que não lembrar de ter estado na sede da PF na primeira quinzena de outubro de 2018. Foi nessa data que o empresário Paulo Marinho disse que houve o vazamento da operação segundo Victor Granado.
"Eu posso ter estado, não sei. Eu não tenho memória, mas eu posso ter estado. Posso ter estado com o Victor em algum lugar, posso ter estado com o Victor. Eu estive, se aconteceu de eu estar, nunca tratei de nada que dissesse respeito a qualquer operação da PF, seja com agente, seja com delegado.", disse no depoimento o chefe de gabinete.
A investigação do MPF apura suspeitas de vazamento na Operação Furna da Onça . O empresário Paulo Marinho disse que a equipe de Flávio Bolsonaro recebeu um vazamento da Polícia Federal do Rio avisando que foram detectadas movimentações financeiras atípicas de Queiroz e que ele foi demitido do seu cargo por isso.