Reprodução/Facebook
"Não queremos fazer nada de ilegal, ao arrepio da lei, mas também não admitiremos julgamento político. Aí não ", declarou Bolsonaro


O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e disse considerar "vergonhoso" que a Corte esteja julgando uma ação que pede a cassação da chapa eleita à Presidência em 2018. O processo apura se houve abuso eleitoral na mudança de nome de uma página no Facebook que reunia 2,7 milhões de pessoas e era chamada de "Mulheres Unidas contra Bolsonaro". Após uma invasão feita por hackers, o nome foi alterado para "Mulheres com Bolsonaro #17".

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A página de Bolsonaro no Facebook chegou a divulgar a página com a nova nomenclatura. O julgamento foi suspenso depois de um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes. Bolsonaro afirmou mais uma vez que não vai aceitar um "julgamento político".

"Não queremos fazer nada de ilegal, ao arrepio da lei, mas também não admitiremos julgamento político. Aí não. Isso é afronta? Não é afronta, é uma realidade. Ser acusado disso? Um hacker mudou a página em setembro de 2018. Mudou o resultado das eleições… (em tom irônico) Gastei R$ 2 milhões na campanha, vocês (apoiadores) doaram. É ate vergonhoso falar que um tribunal superior está julgando uma ação como essa. Estou perdendo por 3 a 2 para prosseguir as investigações",  disse o presidente a apoiadores, ao chegar ao Palácio da Alvorada.

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Na segunda-feira, Bolsonaro havia declarado que a possibilidade de anulação de sua vitória eleitoral era "inadmissível".

"Não existe intervenção militar . O artigo 142 (da Constituição), nem precisava o senhor Luiz Fux monocraticamente atender a um pedido do PDT, um partido que tem ligação com o partido comunista chinês, para dizer qual o papel das Forças Armadas. Como se o nosso Alto Comando das Forças Armadas fosse (formado por) pessoas que não soubessem qual o seu papel em uma democracia. E nós, militares das Forças Armadas, porque eu também sou militar , somos os verdadeiros responsáveis pela democracia nesse país. Nós jamais cumpriríamos ordens absurdas, mas nós também jamais aceitaríamos um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito", declarou Bolsonaro.

Em referência indireta ao Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro afirmou a apoiadores que não quer medir forças, mas citou a possibilidade de uma "emboscada", sem deixar claro a que tipo de ação se referia.

"É igual uma emboscada. Você tem que esperar o cara se aproximar. Vem mais, vem jogando ovo, pedra… Falei hoje de manhã: não quero medir força com ninguém. Continua vindo."

Na manhã desta quarta-feira, ao sair do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que a Corte tem praticado "abusos" e reclamou da quebra de sigilo bancário de 12 parlamentares bolsonaristas no inquérito que apura os atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília:

"Eu não vou ser o primeiro a chutar o pau da barraca. Eles (ministros do STF) estão abusando . Isso está a olhos vistos. O ocorrido no dia de ontem, quebrando sigilo de parlamentares, não tem história nenhuma vista em uma democracia por mais frágil que ela seja. Está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar", finalizou.


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