Presidente Jair Bolsonaro negou que entrega de cargos configure corrupção
Jorge William / Agência O Globo
Presidente Jair Bolsonaro negou que entrega de cargos configure corrupção

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reconheceu nesta quinta-feira (28) que o governo está entregando cargos para indicados do centrão e disse que as conversas com os partidos passam também por possíveis alianças na eleição de 2022. Eleito com um discurso crítico à “velha política” e da troca de apoio por espaço no governo, Bolsonaro afirmou que os  parlamentares se sentem “prestigiados” com as indicações e acrescentou que os deputados, muitas vezes, querem dizer que são os “donos” de determinadas obras.

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A mudança na estratégia política, segundo o presidente, ganhou força há dois meses, quando passou a se reunir com frequência com presidentes de partidos e líderes das legendas no Congresso. O centrão já indicou nomes para a direção-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e para uma diretoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

"Temos que ter agenda positiva para o Brasil e temos que conversar com partidos de centro também. Conduzi a conversa ao longo dos dois últimos meses. Conversei com praticamente todos presidentes e líderes de partidos. Sim, alguns querem cargos, não vou negar. Alguns, não são todos Mas, em nenhum momento, oferecemos ou pediram ministérios, estatais ou bancos oficiais. Pega o Ministério do Desenvolvimento Regional (o Dnocs está vinculado à pasta), que tem estrutura gigantesca, que em grande parte tem atuação no Nordeste. Tem cargo na ponta da linha, segundo ou terceiro escalão que estava na mão de pessoas que são de governos anteriores ao Temer. Trocamos alguns cargos nesse sentido. Atendemos, sim, a alguns partidos nesse sentido (de cargos)", disse Bolsonaro , durante uma transmissão ao vivo.

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Bolsonaro acrescentou que as conversas incluem negociações por possíveis alianças, especialmente no Nordeste, cujos governadores são majoritariamente de partidos de oposição ao governo:

"Tem estados do Nordeste, em especial, em que o PT está forte. Em quase todos, o PT é muito forte e, para derrotá-los, tem que somar todas as forças do oturo lado. Para mim, com todo respeito ao Parlamento, prefiro deputados desses outros partidos do que PT ou PCdoB", disse.

O presidente minimizou a possibilidade de a entrega de cargos resultar em corrupção , alegando que o próprio governo tem mecanismos de controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU):

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"Eles (parlamentares) se sentem prestigiados, porque na ponta da linha ter indicado para terceiro ou quarto escalão é bom (…) Agora, acusação vem aí, centrão, fisiologismo… Hoje em dia é muito difícil fazer besteira (…) Muitas vezes o parlamentar quer dizer que é dono da obra, mais nada além disso. Intenção não é fazer besteira, se fizer paga o preço. Qualquer pessoa indicada passa por sistemas de informação nosso, a gente pesquisa a vida pregressa dessa pessoa. Se tem condições de exercer o cargo, vai exercer, sem problema nenhum. Se tinha algum mistério, está desfeito".

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