O presidente Jair Bolsonaro comemorou neste sábado (23), na porta do Palácio da Alvorada, os testemunhos de pessoas que afirmam ter sido curadas da Covid-19 após o uso de cloroquina. Apoiadores estavam no local carregando cartazes fazendo propaganda do medicamento. Ele se negou a responder perguntas da imprensa, um dia após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril , peça-chave para a investigação que apura suposta interferência política na Polícia Federal (PF).
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Em fala rápida em meio à aglomeração de apoiadores, Bolsonaro disse que "toma quem quer" a droga, mas que hoje ela é a única possibilidade de cura, embora não haja comprovação científica. Sem apresentar números e a origem da informação, o presidente disse ainda que "muitas pessoas foram curadas" pelo medicamento.
Ao se negar a responder aos questionamentos de repórteres, o presidente disse que falaria apenas com os cinegrafistas presentes na porta da residência oficial. Diante da reclamação dos profissionais de imagem sobre agressões de apoiadores do governo , Bolsonaro respondeu:
"Faço um apelo para ninguém agredir a imprensa".
A aglomeração causada pelo presidente foi marcada, além dos agradecimentos de apoiadores por ele supostamente ter "defendido o povo" durante a reunião ministerial, pelos ataques de quem se mostra insatisfeito com o governo. Enquanto Bolsonaro comia, era possível ouvir um "panelaço" e gritos como "vai trabalhar, vagabundo!", "genocida!" e "fascista!" direcionados a ele.