Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva
Agência O Globo
Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva

Ao ser informado de que o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, pretendia fazer um comunicado se posicionando contra a busca e apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, endossou a manifestação pública. Em declaração à CNN Brasil, Azevedo e Silva afirmou que as Forças Armadas concordam com a nota enviada pelo ministro Augusto Heleno.

“O MD [Ministério da Defesa] teve conhecimento que o Gen. Heleno iria soltar a nota e concordou com a emissão, tendo em vista que o celular do PR [presidente da República] é um assunto de segurança institucional", disse Azevedo e Silva em mensagem à CNN Brasil. "A simples ilação da apreensão do celular do Presidente da República, na visão dele, é absurda. Afronta a segurança institucional. MD está extremamente preocupado com a tensão entre os poderes", acrescentou.

Em nota, Heleno afirmou que "o pedido de apreensão do celular do presidente da República é inconcebível e, até certo ponto, inacreditável". O ministro fez um "alerta" para autoridades de outros Poderes de que "tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional".

Um pouco antes, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, negou a possibilidade de o governo dar um golpe militar, ao ser questionado sobre a hipótese, em audiência virtual com deputados e senadores.

— O governo é democrático, é um governo de centro-direita. Isso é teoria conspiratória que não existe — afirmou Braga Netto, em resposta à senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). — Não tem nada de golpe de Estado.

Em um dos pedidos enviados pelo ministro Celso de Mello à Procuradora Geral da República (PGR), deputados do PSB, PDT e PV pedem a apreensão dos telefones de Bolsonaro, de seu filho Carlos Bolsonaro e da deputada Carla Zambelli (PSL-SP). Outra representação foi feita pelo PT solicitando a apreensão do celular do ex-ministro Moro.

Como é de praxe, quando "uma notícia-crime" é apresentada por qualquer cidadão, o caso é remetido para análise do Ministério Público Federal, a quem compete decidir se os fatos narrados devem ou não ser investigados. Em seu despacho, o ministro Celso de Mello cita essa competência legal do MPF, mas ressalta da importância de se investigar denúncias, sejam elas feitas contra quem quer que seja.

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