Presidente Jair Bolsonaro e os governadores do Rio, Wilson Witzel, e de São Paulo, João Doria
Jorge William/Agência O Globo
Presidente Jair Bolsonaro e os governadores do Rio, Wilson Witzel, e de São Paulo, João Doria

O vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, considerado peça chave na investigação que busca apurar se o presidente Jair Bolsonaro interferiu politicamente na Polícia Federal, é marcado por palavrões em meio a discussões exaltadas sobre a pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), o Supremo Tribunal Federal, a economia e a própria Polícia Federal (PF). Em quase duas horas de reunião, o presidente e seus ministros proferiram nada menos que 42 palavrões. Bolsonaro foi, de longe, o líder do ranking: 34.

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A reunião só teve o seu vídeo divulgado por uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, relator do inquérito. O clima da reunião era pesado. Bolsonaro cobrou que seus ministros defendessem seu governo publicamente, criticou o Supremo, a oposição, e xingou os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e de São Paulo, João Doria (PSDB).

Visivelmente irritado, Bolsonaro não economizou em palavras de baixo calão. "Porra" foi o palavrão mais frequente a sair da boca de Bolsonaro durante a reunião. Foram oito vezes. Numa delas, o presidente cobrou diretamente os seus subordinados por mais atitude.

"Tem que se preocupar com a questão política, e a quem de direito, tira a cabeça da toca, porra! Não é só ficar dentro da toca o tempo todo não!", reclamou.

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O segundo palavrão mais comum usado por Bolsonaro foi "bosta". Foram sete vezes. Foi esse o termo escolhido para definir seu antigo apoiador, João Doria . O governador do Rio, Wilson Witzel, também ex-aliado, foi chamado de "estrume".

"Que os caras querem é a nossa hemorroida! É a nossa liberdade! Isso é uma verdade. O que esses caras fizeram com o vírus, esse bosta desse governador de São Paulo, esse estrume do Rio de Janeiro, entre outros, é exatamente isso", disse Bolsonaro ao criticar as ações tomadas por Witzel e Doria no combate à epidemia causada pelo novo coronavírus.

Depois de "porra" e "bosta", o outro palavrão mais comum dito por Bolsonaro na reunião foi "merda": cinco vezes.

Mas Bolsonaro não foi o único proferir palavrões durante a reunião. O "todo poderoso" Paulo Guedes, ministro da Economia, também mandou das suas. Guedes usou os termos "foder" (três vezes) e porra (uma vez). Mesmo formado no exterior, Paulo Guedes não poupou nem a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, única mulher entre os ministros, ao mencioná-la em uma resposta repleta de palavrões.

"Deixa cada um se foder. Ô Damares. Damares. Damares. Deixa cada um... Damares. Damares. O presidente, o presidente fala em liberdade. Deixa cada um se foder do jeito que quiser. Principalmente se o cara é maior, vacinado e bilionário. Deixa o cara se foder, pô!", disse Guedes à ministra ao defender a proposta de criação de resorts com cassinos no Brasil.

Além de Bolsonaro e Guedes, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Neto, soltou um "caralho" na reunião e o presidente da Caixa Econômica Federal , Pedro Guimarães, também mostrou seus credenciais: usou porra três vezes.

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