Moro pediu exoneração do cargo de ministro da Justiça no governo Bolsonaro após conflitos ideológicos com o presidente
Agência O Globo / Zimel / Arquivo
Moro pediu exoneração do cargo de ministro da Justiça no governo Bolsonaro após conflitos ideológicos com o presidente

Em entrevista à revista "Time", compartilhada em suas redes sociais, Sergio Moro diz que aceitou ser ministro da Justiça não para servir a um mestre, mas ao Brasil. Ele diz ainda que as instituições do país estão funcionando, embora sofram alguns ataques. Moro deixou o governo no fim de abril e disse que o presidente Jair Bolsonaro queria intervir na Polícia Federal .

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A revista faz um resumo do papel de Moro na Lava Jato e o descreve como um herói para a direita e um bicho-papão para a maior parte da esquerda. Na entrevista, Moro afirma que nunca se propôs a mudar o curso da história brasileira.

"É tudo muito circunstancial. As coisas podem acabar tendo grandes consequências", disse ele à revista em uma conversa por vídeo em um quarto de um hotel em Brasília. "Mas eu também não exageraria minha influência. Especialmente agora, sou apenas um cidadão comum".

A publicação diz ainda que Bolsonaro se referiu a Moro como Judas pelas declarações que fez quando deixou o governo.  "Não era minha intenção prejudicar o governo", diz ele.  "Mas eu não me sentiria confortável com minha consciência sem explicar por que estava saindo".

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Moro foi questionado também sobre sua troca de mensagens no Telegram, divulgadas pelo "The Intercept".  "Eu tenho uma consciência absolutamente clara sobre o que fiz durante a Lava Jato. Há uma tentativa de caracterizar tudo como perseguição política para me considerar um carrasco", afirmou, completando: "Também nunca foi uma questão pessoal com o ex-presidente Lula. Mesmo que haja uma narrativa que ele queira impor".

O ex-ministro afirma que não houve por parte do PT um reconhecimento de que o partido errou e que era preciso procurar um novo começo e que deveria ter "um compromisso sério", referindo-se ao combate à corrupção. 

"Infelizmente, o governo que foi eleito também não tinha isso", afirmou à publicação, dizendo que não poderia estar em um governo sem um compromisso sério com a corrupção e o Estado de Direito. "Eu não entrei no governo para servir um mestre. Entrei para servir o país, a lei".

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Moro diz ainda que o Brasil é uma democracia firme e que as instituições são atacadas, mas continuam funcionando.  "E há uma percepção crescente na opinião pública de que precisamos fortalecer os pilares da nossa democracia, incluindo o Estado de Direito. Esses desejos continuam, apesar das circunstâncias do momento".

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