Ministro Braga Netto, chefe da Casa Civil
Isac Nóbrega/PR
Ministro Braga Netto, chefe da Casa Civil

O ministro da Casa Civil, Braga Netto, afirmou em depoimento nesta terça-feira (12) que o presidente Jair Bolsonaro "se queixava" do inquérito da Polícia Federal sobre as declarações do porteiro de seu condomínio, mas disse que, no vídeo da reunião do conselho de ministros, Bolsonaro estava se referindo a uma possível troca do seu segurança pessoal no Rio de Janeiro, e não sobre interferências na Polícia Federal.

O porteiro do condomínio onde mora Bolsonaro havia prestado depoimento no inquérito do caso Marielle afirmando que um dos acusados de assassinar a vereadora esteve no condomínio no dia do crime e teria informado na portaria que se dirigia à casa onde mora Bolsonaro. Após a divulgação do depoimento, o então ministro da Justiça Sergio Moro determinou que a Polícia Federal abrisse inquérito para apurar as declarações do porteiro e ele voltou atrás em suas acusações.

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Braga Netto manteve a mesma versão divulgada mais cedo por Bolsonaro, de que suas reclamações na reunião se referiam à sua segurança pessoal. O ministro, porém, não explicou se havia inquéritos que justificariam a preocupação de Bolsonaro de que sua família e aliados pudessem ser alvo de perseguição no Rio de Janeiro.

"Questionado especificamente sobre eventuais investigações que incomodavam o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, recorda-se apenas que o presidente Jair Bolsonaro 'se queixava' de não terem sido esclarecidos por completo os fatos relacionados ao porteiro de seu condomínio, nem muito por ele, mas por se tratar de fatos relacionados ao cargo de presidente da República", afirmou Braga Netto.

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Ele confirmou ter se reunido com Moro na véspera de seu pedido de demissão, mas negou que tenha se comprometido a tentar reverter a intenção do presidente de demitir o diretor-geral da PF Maurício Valeixo.

Sobre a reunião do conselho de ministros, Braga Netto afirmou que as declarações de Bolsonaro sobre a troca da "segurança do Rio de Janeiro" não se referiam à Polícia Federal, mas sim a uma intenção do presidente de trocar seu segurança pessoal no Rio de Janeiro.

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A versão de Braga Netto contradiz a da defesa de Sergio Moro e de investigadores, que viram na fala do presidente uma pressão para trocar o chefe da PF no Rio de Janeiro. Segundo pessoas que assistiram ao vídeo, essa mudança teria o objetivo de evitar que seus familiares e amigos fossem prejudicados.

O depoimento de Braga Netto foi prestado no próprio Palácio do Planalto. Investigadores da PF e da PGR foram ao local colher o depoimento, que durou cerca de três horas.

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