O novo ministro da Justiça, André Mendonça, comparou o inquérito que investiga as declarações do ex-ministro da Justiça sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao escândalo de Watergate, que ocorreu na década de 1970 e levou à renúncia do presidente americano Richard Nixon. A comparação foi feita na manhã desta terça-feira (12) em uma reunião privada de Mendonça com outros ministros e com Bolsonaro, e foi divulgada pela CNN Brasil.
No episódio, há mais de 40 anos, a Suprema Corte dos Estados Unidos obrigou a Casa Branca a entregar fitas das reuniões do então presidente Nixon com assessores, ordenando que a CIA (Agência de Inteligência dos Estados Unidos) comunicasse o FBI (Política Federal dos EUA) de que havia violação da segurança nacional na investigação que apurava a espionagem na sede do Partido Democrata nas eleições de 1972.
Mais tarde, o evento foi considerado inverídico e provocou um processo de obstrução de justiça e, consequentemente, a renúncia de Nixox.
A fala de Mendonça foi uma analogia à ordem do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o inquérito que investiga as acusações de Sergio Moro sobre a interferência política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal.
Uma das provas apresentadas por Moro era também uma reunião ministerial no Palácio do Planalto na qual, segundo o ex-ministro, Bolsonaro deixou claro que interferiria no órgão. Celso de Mello então pediu a íntegra do vídeo.