BRASÍLIA — O ministro Celso de Mello , do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o acesso da Procuradoria-Geral da República, da Polícia Federal, e do ex-ministro Sergio Moro ao vídeo enviado pelo governo à Corte. A imagens são de uma reunião em que, segundo Moro, o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir de forma indevida nas atividades da Polícia Federal. O governo enviou o material ao Supremo na sexta-feira, com pedido para que fique sob sigilo.

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Jair Bolsonaro
Agência Brasil
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O ministro também autoriza o juiz auxiliar do seu gabinete, Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho, acesso integral aos registros. O material foi colocado em sigilo até que seja analisado, diferentemente dos outros materiais desse inquérito, que são públicos. Caberá a Celso de Mello decidir se, e quando, o sigilo será derrubado.

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O ministro justifica o acesso ao vídeo para que as partes possam, tendo conhecimento pleno do que se passou na reunião ministerial de 22 de abril, no Palácio do Planalto, orientar a formulação de perguntas durante os depoimentos testemunhais já agendados a partir da próxima segunda-feira.

Mello também autorizou a PF, caso seja necessário, realizar novos depoimentos no inquérito que investiga Bolsonaro por suposta tentativa de interferência na Polícia Federal e Moro.

O ministro do STF diz ainda que decidirá “brevissimamente, em momento oportuno, sobre a divulgação, total ou parcial, dos registros audiovisuais” da reunião de 22 de abril.

Sergio Moro anunciou a demissão do cargo em 24 de abril. No anúncio, acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal. Diante das declarações, a Procuradoria Geral da República pediu, e o STF abriu um inquérito para investigar as acusações. Bolsonaro nega ter cometido irregularidades.

Moro prestou depoimento de mais de oito horas, no último dia 2, na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Ele foi questionado sobre as acusações de que Bolsonaro tentou interferir no trabalho da Polícia Federal (PF) e em inquéritos relacionados a familiares. As acusações foram feitas pelo ex-ministro quando ele anunciou sua saída do governo, em 24 de abril.

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