Na manhã deste sábado (9), profissionais da área da saúde realizaram uma manifestação na porta do Hospital Geral de Bonsucesso, onde aguardavam a visita do minitro da saúde Nelson Teich , que desviou e entrou por um outro acesso da unidade. Ele deve anunciar a entrega de dois milhões de EPIs, além da programação do envio semanal de respiradores, sendo um número entre 50 e 100 já de imediato. Na sexta, ele teve agenda extensa no Rio, mas evitou falar com a imprensa e detalhar medidas concretas de auxílio federal.
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No último domingo, o jornal O Globo mostrou que de 240 leitos existentes na unidade federal — como consta da decisão da Justiça Federal pela destituição da direção por omissão no enfrentamento à pandemia —, apenas 18 pacientes estavam internados com Covid-19 e outros 17, na emergência.
Nelson Teich deve anunciar a entrega de dois milhões de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), além da programação do envio semanal de respiradores, sendo um número entre 50 e 100 já de imediato. Na sexta, ele teve agenda extensa no Rio, mas evitou falar com a imprensa e detalhar medidas concretas de auxílio federal.
"Nós estamos aqui, trabalhadores da saúde e usuários do SUS , fazendo uma manifestação sem aglomerações, seguindo os critérios recomendados de combate à pandemia, para denunciar um projeto de desmonte da saúde pública, de ataques sistemáticos e históricos ao Sistema Único de Saúde e que neste momento de pandemia assume o caráter mais cruel, com incontáveis doentes e mortes evitáveis num momento em que o governo federal se omite de fazer qualquer ação efetiva com resultados razoáveis para prestar assistência às vítimas da pandemia. Há poucos dias, foram cancelados 15 mil respiradores em processo de compra, o que aumenta o projeto de desassistência orquestrado pelo governo federal. Não se trata de loucura ou de incapacidade de um presidente. Se trata de uma necropolítica genocida que vitimiza as populações mais vulneráveis. Por isso, estamos aqui para dizer que continuaremos na luta em defesa da saúde e da vida do povo. Fora Bolsonaro e seus generais", disseram alguns dos presentes, em um jogral.
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Há uma semana, o jornal O Globo mostrou que 1840 leitos na capital do Rio constavam como impedidos, ou seja, não podiam funcionar por falta de equipamentos ou de profissionais, apesar da existência do quarto. Grande parte dessas vagas ficava na rede federal, em unidades como o Hospital Geral de Bonsucesso (HGB) e o INTO. O Hospital de Bonsucesso, por exemplo, deixou de oferecer 28 serviços especializados de média e alta complexidade para atender exclusivamente casos de Covid-19, por ordem do Ministério da Saúde, mas tem recebido poucos pacientes na prática.
"Todo esse fluxo de combate ao coronavírus ficou muito confuso. O Hospital de Bonsucesso foi um dos destinados ao atendimento, mas de forma pouco satisfatória. Não houve conversa com a comunidade, muitas clínicas foram fechadas, inclusive serviço de oncologia. No entanto, esqueceram dos profissionais, da estruturação do serviço e do atendimento. A gente tem que ter recurso de segurança de trabalho, por exemplo. Vemos um número muito grande de profissionais contaminados e isso se deve à parca organização de treinamentos para o enfrentamento de uma pandemia desse porte. Ou seja, ficou toda essa confusão. O hospital nem atende direito pacientes com Covid-19, nem as outras demandas" denunciou uma técnica de laboratório da rede federal, de 56 anos, presente no protesto deste sábado.
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Agenda do ministro no Rio
Segundo parlamentares que estiveram com o ministro em seus compromissos no Rio, o foco da viagem tem sido em como o governo federal poderia ajudar os hospitais de campanha. Nesta sexta-feira, o primeiro dia de agenda, Nelson Teich teve reuniões com o prefeito Marcelo Crivella e o governador Wilson Witzel durante as visitas às instalações do Riocentro e do Maracanã, que foi inaugurado neste sábado inicialmente com 40 leitos do total de 400 prometidos.