O novo diretor-geral da Polícia Federal ( PF ), Rolando de Souza, escolheu o delegado Tácio Muzzi para chefiar a superintendência da corporação no Rio. Muzzi vai substituir Carlos Henrique de Oliveira, que irá para Brasília ocupar a diretoria-executiva da PF. Um dos pivôs da crise que culminou com a saída do ex-ministro da Justiça Sergio Moro do governo, a superintendência da PF fluminense é um interesse declarado do presidente Jair Bolsonaro ao menos desde agosto do ano passado.
Nas declarações públicas em que admitiu esse interesse, ou nas mensagens em privado que Moro afirma ter recebido nesse sentido, Bolsonaro não explicou os motivos de sua intenção de mudar a chefia da PF no Rio. O GLOBO apurou que ao menos cinco casos podem interessar ao presidente. Quatro deles são investigações que se relacionam com filhos ou pessoas próximas a Bolsonaro, como Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Um quinto caso envolveu o desejo do presidente de mudar o delegado da Receita Federal no Porto de Itaguaí.
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A primeira vez em que o presidente mencionou a vontade de trocar o chefe da PF no Rio foi em 15 de agosto de 2019. Na ocasião, alegou que o motivo seria “gestão e produtividade”. Dias depois, a defesa de Queiroz, na época exercida pelo advogado Paulo Klein, entrou com um pedido de acesso aos autos de uma investigação na PF na qual ele seria um dos alvos.