Presidente do Senado, Davi Alcolumbre
Agência Brasil
Presidente do Senado, Davi Alcolumbre

Após permanecer em silêncio em relação à última crise política causada com a demissão de Sergio Moro do governo de Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta segunda-feira que tem "tentado apagar um incêndio atrás do outro". Com mais trânsito no governo que seu correligionário e presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Alcolumbre afirmou que tenta "construir alternativas de soluções" para os problemas em meio à crise do novo coronavírus no país.

O presidente do Senado citou as situações do Amazonas, Ceará e Amapá como dramáticas e se referiu a diversos relatos dos senadores durante a sessão de hoje sobre a angústia da crise da Covid-19 em seus respectivos estados.

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"Então, eu concordo, divido angústias, divido-as com o Senado, porque sei de todas elas, e se, muitas vezes, eu não tenho conseguido das as respostas no tempo hábil, é porque eu, com certeza, tenho tentado apagar um incêndio atrás do outro aqui", afirmou.

Alcolumbre desabafou após discurso do líder do PSD, senador Otto Alencar (BA), que cobrou de forma enfática por respostas mais rápidas do governo para a crise gerada pela Covid-19. Alencar também fez críticas a Bolsonaro por gerar constantes crises por motivos pessoais em um momento de pandemia.

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"Me perdoe a minha veemência, até a minha emoção, porque, sinceramente, ver a letargia do presidente da República, brigando com o Ministro da Saúde, demitindo o Ministro da Justiça, por uma briga interna, que apenas tem vaidade, capricho e orgulho de saber qual dos dois é o maior, quem vai ser Presidente da República em 2022", reclamou Otto, que chegou a pedir que Bolsonaro renunciasse se não tem condições de governar.

No fim da sessão do Senado desta segunda, Alcolumbre respondeu a relatos dos senadores durante a sessão sobre a angústia da crise da Covid-19 em seus estados. Ele afirmou que o sistema de saúde pública está colapsado "há décadas" e que o país vive a "tempestade perfeita", sem respostas à altura do problema.

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"O sistema de saúde pública, a descentralização dos recursos, o pacto federativo, o fortalecimento dos Municípios, todos estão sofrendo há décadas, e a gente, infelizmente... É a tempestade perfeita. Juntar tudo que a gente vivia com mais essa doença que está matando milhares de pessoas no Brasil e no mundo nos deixa a todos nessa condição de lutarmos a cada pela vida, por esse boletim, que às vezes a gente vê diminuir, mas na outra semana vê crescer, e a gente fica muito apreensivo e angustiado porque, de fato, as respostas não têm sido dadas à altura", completou Alcolumbre.

Sem citar diretamente o presidente da República, Alcolumbre também pediu para que diferenças políticas sejam deixadas para depois da crise. Ao colega Otto Alencar, afirmou que cuidar das vidas é a prioridade do Congresso, e que desde que retornou à presidência da Casa após se recuperar da Covid-19, começa e termina os dias "pedindo paz" nos bastidores.

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"Compartilhamos as suas manifestações, e saiba, Vossa Excelência e o conjunto do Senado Federal, que esses dias em que eu estou aqui, quando eu retornei à Presidência, à frente dos trabalhos no Senado Federal, eu não tenho hora para começar o dia trabalhando pedindo paz e não tenho hora para terminar o meu dia, pedindo paz. E aí eu divido com Vossas Excelências essa conduta, porque eu sei que é o melhor caminho para a gente superar isso. Depois que a gente superar tudo isso, a gente volta para o embate ideológico, partidário, mas vamos embora atravessar. Porque há muita gente destruindo pontes. Eu quero ser uma ponte de ligação entre a Câmara dos Deputados, entre o Poder Executivo, entre os Governadores brasileiros, entre os prefeitos brasileiros que estão sofrendo na ponta, e entre a população brasileira, que está aí, aguardando as nossas decisões para que as coisas aconteçam de verdade na vida dela", completou o amapaense.

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