Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para chefiar a Polícia Federal após a exoneração de Maurício Valeixo nesta sexta-feira (24), que motivou a saída de Sergio Moro do governo, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, de 47 anos, foi chefe da segurança do presidente durante sua campanha em 2018 e tem a confiança dos filhos de Bolsonaro. A nomeação do novo chefe da PF ainda depende de publicação no Diário Oficial da União
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Ramagem, que será o novo diretor da PF , também é um nome que agrada aos ministros da ala militar do governo federal. A Abin é um órgão subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão que tem o general Augusto Heleno como seu ministro-chefe.
Em sua trajetória, o delegado de 47 anos passou em um concurso da Polícia Federal em 2005. No ano passado, Ramagem chegou a ser nomeado superintendente no Ceará, mas não assumiu o posto, pois foi convidado para trabalhar em Brasília, novamente perto de Jair Bolsonaro , como auxiliar direto de Carlos Alberto Santos Cruz, então ministro da Secretaria de Governo. Mesmo após a demissão de Santos Cruz, ele permaneceu no cargo, agora como assessor especial de Luiz Eduardo Ramos, sucessor na Secretaria.
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Alexandre Ramagem contou com "total confiança" da família Bolsonaro para ser indicado a diretor-geral da Abin. Eduardo Bolsonaro, escrivão de carreira da PF, o então vereador Carlos Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro (Podemos-RJ), filhos do presidente, foram essenciais para sua ascensão.
Em junho de 2019, durante sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado, parte da nomeação para a Abin, Flávio Bolsonaro encheu o policial de elogios. "A sua competência não é questionada em momento nenhum", afirmou o senador, que completou ainda que ele "goza da total confiança".
"É fundamental ter uma equipe que dispõe não só de tecnologia de ponta, à frente daquelas usadas por marginais, mas também do pessoal qualificado, que tenha a visão, a percepção, a iniciativa de identificar o que é importante, para que se busque, para alimentar o presidente da República e toda sua equipe", disse o filho de Bolsonaro à época.
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De acordo com o site The Intercept Brasil , a mudança na direção da PF foi motivada justamente pela proteção a Flávio Bolsonaro. O senador é investigado por esquema de rachadinha envolvendo Fabrício Queiroz e o financiamento e obtenção de lucro com empreendimentos imobiliários irregulares da milícia no Rio de Janeiro.