O presidente Jair Bolsonaro reforçou nesta quinta-feira a aposta na defesa do "isolamento vertical" (de idosos e pessoas com doenças) como estratégia para combater a pandemia de Covid-19 . E disse que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, "já está convencido" de que esta é a melhor estratégia.
Em entrevista coletiva à porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro voltou a criticar governadores por adotarem medidas restritivas à atividade econômica e a mídia por espalhar "histeria" em torno do coronavírus. Para o presidente, “o pânico é uma doença” que afeta a economia e o emprego.
"Estou vendo governadores recuarem da quarentena, abrir comércio", disse. " A segunda onda [da pandemia] já chegou, com desemprego em massa."
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Bolsonaro disse ter conversado hoje com representantes do setor hoteleiro, um dos que mais sofrem com as restrições. Disse ter sido informado por eles de que haverá “uma onda de demissões”.
"Com o desemprego vem a fome", defendeu Bolsonaro. "O momento é de excepcionalidade", emendou.
Bolsonaro ponderou que, “infelizmente, vai termorte” por causa do coronavírus. Mas, segundo ele, a maneira como a doença foi tratada pela imprensa e parte da classe política foi exagerada.
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"Foi demais, previram uma catástrofe com milhares de mortes", disse. "Alguns governadores e prefeitos exageraram na dose, fechando tudo."
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Ele afirmou que a primeira vítima da pandemia foram os 38 milhões de trabalhadores autônomos, que agora "passam fome por causa da histeria levada pela mídia e por políticos".
"Acho que alguns governadores e prefeitos erraram na dose", repetiu, reforçando que "o povo quer trabalhar".
Ao defender o isolamento vertical, Bolsonaro afirmou que "tem que voltar quase tudo", em referência às atividades econômicas paralisadas por conta da crise. E disse que é responsabilidade da população manter seus idosos isolados.
"O brasileiro tem que entender que quem salva a vida dele é ele", afirmou Bolsonaro.
O presidente disse também que já há planos para isolar idosos em hotéis. E, em tom de brincadeira, defendeu que haja uma campanha com o slogan: "vovô, fique em casa".