Apesar de ter dito, durante a campanha eleitoral, que não pensava em reeleição, Jair Bolsonaro já começa a dar sinais de que pretende concorrer em 2022. Caso defina por este caminho, o presidente deve ter o apoio de boa parte da população: segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (13) pela Veja/FSB, ele ampliou a vantagem sobre os principais adversários no primeiro turno e agora soma 37% das intenções de voto.
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Em um primeiro cenário, com Fernando Haddad como o candidato do PT, os números mostram que Bolsonaro , no comparativo com o levantamento anterior, cresceu 4%, enquanto seus maiores perseguidores permaneceram estagnados: o petista desceu de 15% para 13%, enquanto Luciano Huck (sem partido), com 12%, e Ciro Gomes (PDT) somando 11%, mantiveram os mesmos patamares. Além destes, a opção 'nenhum' também foi bastante votada e somou 16%.
Em um segundo cenário, já com o ex-presidente Lula como o nome escolhido pelo PT , a vantagem de Bolsonaro diminui, mas o mantém na liderança: ele soma 31% contra 28% do petista, o que configura um empate técnico na margem de erro. Em um hipotético segundo turno entre eles, o atual presidente também venceria, com 45% dos votos contra 41% do rival.
Entretanto, tal construção não é possível devido a inelegibilidade de Lula. Enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que barra candidaturas de condenados em segunda instância, o ex-presidente não pode concorrer no pleito de 2022 e deve ser mais um cabo eleitoral para o nome escolhido pelo Partido dos Trabalhadores.
Folga maior no segundo turno
Em um cenário sem o ex-presidente, que segue sendo o principal rival, Bolsonaro garantiria a reeleição com maior folga em confrontos com Haddad (51% a 33%), o governador de São Paulo João Doria (50% a 25%) e o apresentador Luciano Huck (45% a 37%). A pesquisa mostra que o único nome que poderia bater de frente com ele seria o de Sérgio Moro , figura mais bem avaliada do atual governo.
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O ministro da Justiça, inclusive, é o nome com menor rejeição entre os disponibilizados aos entrevistados. Moro teve 31%, contra 44% de Bolsonaro, 51% de Doria, 54% de Ciro Gomes e Lula e 57% de Haddad, que ficou na primeira posição dos mais rejeitados pela população.
Melhora na avaliação
A pesquisa mostrou também uma melhora na avaliação feita pela população do atual governo . O levantamento apontou melhora de 31% para 36% entre os que avaliaram o trabalho de Bolsonaro como bom ou ótimo. Esta é a primeira vez que o ranking positivo supera o ruim/péssimo, que somou 31%. Nesta conta, entra também a avaliação dos que aprovam o governo e já são maioria: 50% contra 44% de não aprovação.
Também houve aumento no quesito alinhamento de expectativas do eleitorado. Pela primeira vez, o grupo de pessoas que se diz positivamente surpresos com o governo Bolsonaro empatou tecnicamente com os que se dizem decepcionados com o trabalho do presidente: 36% a 39%, dentro da margem de erro considerada.
Por fim, houve crescimento positivo sobre a expectativa para o final do mandato de Bolsonaro. As avaliação ótimo e bom subiram de 45% para 48%, enquanto os que votaram em ruim ou péssimo somaram 26% ante os 33% da pesquisa anterior.
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O Instituto FSB Pesquisa entrevistou, por telefone, 2.000 eleitores com idade a partir de 16 anos, nos 26 estados e no Distrito Federal, entre os dias 7 e 10 de fevereiro. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.