Dividida entre um aliado do deputado Aécio Neves
(MG) e um do governador de São Paulo, João Doria
, a bancada do PSDB
na Câmara dos Deputados desistiu de mudar seu líder para 2020. Após uma breve guerra de listas no ano passado, o acordo agora é manter Carlos Sampaio
(SP).
Próximo de Doria e do presidente do partido, Bruno Araújo (PE), Sampaio foi líder em 2019 e é visto com bons olhos pelos aliados de Aécio. A princípio, o grupo do mineiro queria impôr a escolha de Celso Sabino (PA) como líder. O governador paulista, porém, conseguiu inserir dois deputados aliados seus na bancada. Aos poucos, o apoio por um novo líder ligado a Aécio diminuiu.
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O grupo ligado a Doria e Bruno Araújo também teve que ceder. Antes, a ideia era que Beto Pereira (MS) assumisse a liderança na Câmara. Após algumas reuniões no retorno do Congresso do recesso, ficou claro que o nome que alcançaria o maior consenso era o de Carlos Sampaio, que já havia voltado à liderança no fim do ano passado para pacificar os tucanos.
"Eu tinha votos o suficiente para me tornar líder nessa semana, mas em função de uma necessidade de manutenção da unidade da bancada, eu tomei a decisão de abrir mão e criar uma excepcionalidade em favor da manutenção do líder Carlos Sampaio por este exercício", diz Beto Pereira.
Negociação
A princípio, em uma reunião na semana passada, Celso Sabino e seus aliados haviam recusado o acordo para manter Carlos Sampaio, exigindo uma nova eleição com o argumento de que tinham 16 votos — um a menos do que o necessário, com 33 deputados no PSDB — e iriam tentar ganhar no voto.
Nos dias seguintes, no entanto, um grupo de deputados que haviam apoiado Aécio e Celso procurou os aliados de Carlos Sampaio e Beto Pereira para manifestar o apoio à manutenção do líder por mais um ano, em prol da união da bancada. Segundo a ala que apoia Carlos, o grupo de Aécio hoje tem só cinco apoiadores.